Chega!
Está decretado o fim do ano, com vinte
e quatro horas de antecedência.
Por minha conta, sem consultar
ninguém, nem as autoridades constituídas e nem os regentes astrológicos ou qualquer observatório astronômico, determino que 2020 acabou. E já vai
tarde.
Queimei a língua quando, dias atrás,
afirmei aqui que esses 365 (ou 364) dias não poderiam ser esquecidos, pois
traziam uma grande lição para a humanidade. Já tenho minhas dúvidas quanto a
isso.
Não aguento mais 2020, por isso me
considero em 2021 desde já, um dia na frente de todo mundo, inclusive Austrália,
Nova Zelândia, Japão e outros lugares mais remotos.
Basta de tanta conversa inútil sobre
“gripezinha”, pandemia, vacina desse laboratório ou daquele, aglomerações,
festas clandestinas, líderes executivos fazendo vista grossa às praias, bares e
restaurantes lotados, o povo fingindo que segue as normas sanitárias
(inclusive, me disseram que máscara no queixo e igual colocar camisinha no
escroto: não resolve nada), insensíveis querendo novos privilégios e muitas
outras sandices.
O assunto me encheu o saco. Espero que
o encerramento desses 12 meses (ou 11 meses e 29 dias, no caso) sirva para que
iniciemos janeiro falando de coisas mais elevadas e que, efetivamente, tenham a
ver com a solução dos problemas brasileiros. Só que não!
É cediço que a novela do imunizante
terá ainda alguns capítulos pela frente, a maioria de gosto duvidoso. No meio
dessa diatribe, nossos altruístas políticos, para não dizer o contrário,
estarão muito ocupados com a escolha dos novos (com velhos deletérios hábitos)
presidentes das duas casas legislativas federais – Câmara dos Deputados e
Senado.
Acabou o auxílio emergencial e milhões
de brasileiros ficarão à míngua, entregues à própria sorte. Enquanto isso, em
São Paulo, o prefeito recentemente reeleito sancionou a lei aprovada pelos
vereadores que aumentou seu próprio salário em apenas 46%. Antigamente, uma
pessoa dessa era chamada de cara de pau. Hoje, nem imagino.
Por essas e outras é que esse ano tem
que acabar rapidinho, e não precisa esperar nem mais um minuto. Quase 200 mil
mortes por causa da COVID-19, somente no Brasil. Ninguém da minha família foi
atingido, com a graça de Deus e as precauções adequadas, mas alguns amigos e
amigas se foram. Será que pelo menos, digamos, 10% ou 20% desses falecimentos
poderiam ter sido evitados se nossos governantes fossem mais diligentes no
cumprimento de suas responsabilidades? Não sei, mas imagino que sim.
O que sei é que quem quiser me
acompanhar será bem-vindo em 2021, pois 2020 já era.
E ficam revogadas as disposições em
contrário. Tenho dito!