sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Falar e calar

 


          Às vezes as pessoas se consideram sinceras, pois falam o que querem, na hora que querem e do jeito que querem.

 

          Entretanto, em muitas dessas ocasiões trata-se, sem dúvida, apenas de ignorância e falta de educação.

 

          Falar a verdade é bom e importante. Porém, para dizê-la é necessário lugar e hora. Uma verdade dita fora de um contexto adequado é recebida pelo interlocutor como uma agressão e não cumpre seu objetivo maior, de orientar e solucionar problemas e conflitos.

 

          Nessas ocasiões, é melhor calar e esperar a oportunidade em que aquele a quem se destina a mensagem está com ouvidos receptivos a recebê-la. Assim, é grande a possibilidade de que o conteúdo será devidamente processado, entendido e colocado em prática.

 

          Escolas místicas de diversos campos do conhecimento esotérico ensinam que lidar com gente é o trabalho mais difícil que existe. Cada um tem seu próprio entendimento das coisas, e quando a criatura coloca na cabeça que está certo, acima de tudo e de todos, haja paciência, né mesmo?

 

          Alcançar uma consciência comum em benefício da coletividade é o grande objetivo ao qual deveríamos nos dedicar. Se hoje não se vê nos líderes mundiais essa intenção, vamos cuidar de nós mesmos, no varejo dos nossos relacionamentos.

 

          Feliz quem tem amigos que podem nos mostrar nossas falhas, e que aceitam ouvir aconselhamentos sobre seus próprios erros. No dizer de Frejat, em Amor pra recomeçar: “Eu te desejo muitos amigos/Mas que em um você possa confiar”.

 

          Portanto, existe hora para falar e hora para calar. Saber discernir o momento certo de cada um é que o grande aprendizado diário da convivência humana e faz a vida prazerosa. Não esquecendo, é claro, que o tom da voz e a escolha das palavras certas são aspectos também fundamentais nessa equação.

 

          Inexiste um manual com um passo a passo indicando o melhor caminho a proceder. O que vale mesmo é o aprendizado que a experiência traz, entre erros e acertos. Se soubesse disso tempos atrás não teria sido motivo de mágoas de tantos. Por isso que Deus deu ao homem dois ouvidos, dois olhos e uma boca para vermos e ouvirmos duas vezes mais do que falamos.

 

          Brincadeira? Parece, mas não é.

 

         

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