Às vezes as pessoas se consideram
sinceras, pois falam o que querem, na hora que querem e do jeito que querem.
Entretanto, em muitas dessas ocasiões
trata-se, sem dúvida, apenas de ignorância e falta de educação.
Falar a verdade é bom e importante.
Porém, para dizê-la é necessário lugar e hora. Uma verdade dita fora de um
contexto adequado é recebida pelo interlocutor como uma agressão e não cumpre
seu objetivo maior, de orientar e solucionar problemas e conflitos.
Nessas ocasiões, é melhor calar e
esperar a oportunidade em que aquele a quem se destina a mensagem está com
ouvidos receptivos a recebê-la. Assim, é grande a possibilidade de que o
conteúdo será devidamente processado, entendido e colocado em prática.
Escolas místicas de diversos campos do
conhecimento esotérico ensinam que lidar com gente é o trabalho mais difícil
que existe. Cada um tem seu próprio entendimento das coisas, e quando a
criatura coloca na cabeça que está certo, acima de tudo e de todos, haja
paciência, né mesmo?
Alcançar uma consciência comum em
benefício da coletividade é o grande objetivo ao qual deveríamos nos dedicar.
Se hoje não se vê nos líderes mundiais essa intenção, vamos cuidar de nós
mesmos, no varejo dos nossos relacionamentos.
Feliz quem tem amigos que podem nos
mostrar nossas falhas, e que aceitam ouvir aconselhamentos sobre seus próprios
erros. No dizer de Frejat, em Amor pra recomeçar: “Eu te desejo muitos
amigos/Mas que em um você possa confiar”.
Portanto, existe hora para falar e
hora para calar. Saber discernir o momento certo de cada um é que o grande
aprendizado diário da convivência humana e faz a vida prazerosa. Não
esquecendo, é claro, que o tom da voz e a escolha das palavras certas são
aspectos também fundamentais nessa equação.
Inexiste um manual com um passo a
passo indicando o melhor caminho a proceder. O que vale mesmo é o aprendizado
que a experiência traz, entre erros e acertos. Se soubesse disso tempos atrás
não teria sido motivo de mágoas de tantos. Por isso que Deus deu ao homem dois
ouvidos, dois olhos e uma boca para vermos e ouvirmos duas vezes mais do que
falamos.
Brincadeira? Parece, mas não é.
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