Gente, chega de mandar mensagens sobre
o coronavírus.
Os grupos de WhatsApp, nesses tempos
de incertezas, não tratam de outra coisa.
São dezenas de pessoas repetindo as
mesmas informações, espalhando de tudo: medidas preventivas, dados estatísticos,
opiniões políticas sobre o confinamento (contra e a favor), fake news e
o escambau de asa.
Ninguém tem mais outro assunto. Tudo
bem. As intenções são as melhores possíveis. Mas o bombardeio exagerado dessas
comunicações acaba, a meu ver, até confundindo os mais desavisados, que ficam
em dúvida quanto ao melhor procedimento: Ficar em casa ou sair? Tomar cloroquina
ou não? Passar álcool gel ou lavar as mãos com água e sabão?
Agora, tem uns comportamentos que são
quase inacreditáveis. Primeiro, o preço absurdo que os aproveitadores das
desgraças alheias estão cobrando por máscaras faciais, por exemplo. Nesses
casos de solidariedade zero dá até vontade de apoiar a aplicação da tolerância
zero. Impressionante. Outra são os enganadores, anunciando e vendendo supostos remédios de curas milagrosas.
E os donos de supermercado também não
estão fazendo por menos. Majoraram os preços dos alimentos em níveis de
inflação descontrolada, o que não é mais a realidade da economia brasileira.
Pelo menos, atualmente.
Será o impossível? É muita ganância.
Nesse ponto em particular que o governo deveria intervir fortemente. Estão
assaltando a carteira dos trabalhadores em pleno período de empresas fechadas e
desaceleração da atividade industrial, quando muita gente teve seus ganhos
reduzidos ou até mesmo zerado. Cadê a Sunab? Ou seu congênere hodierno?
Enquanto isso, um amigo que estava
dando um drible na quarentena me contou que andava como se não soubesse de nada
no calçadão da praia e foi abordado por bombeiros determinando que ele voltasse
para casa. Antes de se retirar, presenciou os bravos soldados do fogo dando a
mesma ordem a duas pessoas que estavam na areia. Isso por volta das 11 horas da
manhã.
O mais velho dos teimosos (aliás,
dizem que esta é a nova nomenclatura das vagas de estacionamento para idosos),
ao levantar limpando o calção, disse:
- Eu vou mesmo. Estou aqui desde cedo.
Já cansei disso.
É para rir ou chorar?
Podem escolher.