Se casamento fosse bom, não precisava
de testemunha. Esse é o refrão do forró Amar não faz mal a ninguém, que Lindolfo
Mendes Barbosa, o popular Lindú, do Trio Nordestino, conhecido também como Gogó de Ouro,
cantava com a sua voz aveludada e potente.
Há de se convir que nos tempos atuais a
instituição do matrimônio está um tanto desacreditada. São cada vez mais raros
os casais que permanecem juntos por décadas, mesmo com as dificuldades inerentes
a qualquer relacionamento, pois é preciso muita disposição (e bota muita nisso)
para viver debaixo do mesmo teto e, mais do que isso, envelhecer juntos.
Me veio esse tema à memória por ter
participado ontem do casamento de Marcelo e Lívia, minha sobrinha por ser filha
de minha cunhada, irmã de minha esposa. Cerimônia singela, em ambiente decorado
com capricho, mas sem ostentação. Tudo, porém, repleto de emoção.
Isso
é que me chamou a atenção. Parece que uma mulher, mesmo já casada, não pode
ver outra vestida de noiva que afloram sentimentos inexplicáveis e que levam
todas às lágrimas. O choro incontido nem era disfarçado quando a nubente, conduzida
pelo pai, desfilou sorridente pelo tapete vermelho que conduzia à presença do
noivo.
Minha pequena neta Kiara, de apenas 3
anos de idade, mantinha os olhos fixos e brilhantes acompanhando atentamente todo
o trajeto, fascinada pelo lindo vestido branco, a tiara brilhante nos cabelos e
o véu diáfano que oscilava suavemente a cada movimento. Para ela, não havia
dúvida, estava diante de uma princesa encantada.
Que bom que as pessoas ainda busquem
essas formalidades para institucionalizar um relacionamento, não apenas por uma
segurança jurídica em relação aos bens que possam amealhar ao longo do tempo, o
que hoje em dia nem é mais tão necessário após o advento da união estável, mas
também para mostrar à sociedade que valores tradicionais permanecem vivos e
merecedores de espaço e respeito, principalmente os relacionados à família.
Mas o importante mesmo, conforme a canção
popular alhures referida, “é amar, amar, amar, amar, amar e querer bem”, pois é
isso “que faz a gente ser feliz”.
Esse é o caminho das pedras. Percorrê-lo é a
missão. Vencer é o objetivo. Querendo, a gente chega lá.
Vida próspera aos noivos. Felicidades para
todos.