sexta-feira, 29 de março de 2024

Sexta-Feira Santa

 


A Sexta-Feira Santa é uma tradição cristã que relembra a crucificação de Jesus Cristo e a sua morte no Calvário. Antecede ao Domingo de Páscoa, onde se comemora a Ressureição do Filho de Deus.

É calculada como sendo a primeira sexta-feira de lua cheia após o equinócio de outono no hemisfério sul ou o equinócio de primavera no hemisfério norte, podendo ocorrer entre 22 de março e 25 de abril. 

Antigamente (essa é uma palavra muito usada por quem tem mais de 60 anos de idade) era observado o costume nas famílias católicas de, neste período, não comer carne vermelha, não varrer a casa e nem ir a festas ou até mesmo escutar música alta.

Também conhecida por Sexta-Feira Maior ou Sexta-Feira da Paixão (da origem latina passione, que significa sofrimento), está dentro do contexto da dita Semana Santa, que tem início no Domingo de Ramos (quando Jesus entrou em Jerusalém) e passa também pela quinta-feira, que se tem como o dia da Última Ceia.

Não se conhece, na minha compreensão, na história da humanidade, maior prova de amor por seu semelhante do que o sacrifício de Jesus, em se entregar de corpo e alma para que seu exemplo pudesse nortear a todos no caminho da salvação, na seara do bem e na caridade.

E ao terceiro dia, ao ressuscitar dos mortos, Jesus demonstrou para quem tem olhos para ver que, sim, a vida espiritual supera a morte e o amor é vitorioso sobre o ódio. Foi a comprovação gloriosa de que mediante a obediência aos ensinamentos contidos em Suas pregações, também teremos direito de, um dia, termos um lugar junto ao Pai Superior.

Por isso que Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida, e onde estivermos reunidos em nome Dele ali Ele estará. Dessa maneira, a prática das boas aventuranças nos torna são e salvos. Possamos entender todos esses mistérios da Luz Divina, para que nosso coração seja nutrido desse alimento sagrado e nós tenhamos boas palavras e bons sentimentos para com todos.

Enquanto a nossa carga terrena ainda não permite alçar voos tão altos, vamos ao menos aproveitar esses dias de reflexão no sereno aconchego familiar, e reservar, na medida do possível, uns trocados para comprar um ovo de chocolate para os netos (aqueles que já os tem) e, quem sabe, até desfrutar de uma deliciosa torta capixaba, prato típico da culinária tradicional do Estado do Espírito Santo.

sexta-feira, 15 de março de 2024

Casablanca

 


Expulso da cama em mais uma madrugada insone e calorenta fui zapear os canais de filme na televisão paga e acabei assistindo pela enésima vez ao clássico Casablanca, do diretor Michael Curtiz e com os famosos atores hollywoodianos Humphrey Bogart e Ingrid Bergman.

 

O filme se passa na cidade marroquina de Casablanca, que, na época da 2ª Guerra Mundial, estava sob o controle dos franceses e servia de refúgio para os fugitivos do regime nazista que queriam ir para Lisboa, em Portugal, e, em seguida, para os Estados Unidos da América. A obra ganhou, em 1944, o prêmio Oscar de melhor direção, melhor filme e melhor roteiro adaptado.

 

Não sou especialista em arte cinematográfica e nem quero entrar no mérito se o filme serviu de propaganda aos interesses dos países Aliados (EUA-França-Inglaterra), até porque, naquela época, sem querer ser maniqueísta, me parece que inexistia pouca dúvida em relação a qual lado representava o mal e qual representava o bem, isso numa análise superficial, até porque nenhuma guerra, a princípio, em sua essência, tem algo de bom.

 

Mas eu considero Casablanca o melhor filme que já vi. Não só pela mensagem de luta por um ideal, que deve ser o sentido da vida de todo ser humano, mas também pela resiliência demonstrada em resistir à pressão de situações adversas. São muitas as cenas antológicas e os diálogos espirituosos, mas duas em particular me chamam a atenção e não me canso de vê-las.

 

A primeira é quando o líder da resistência Victor Laszlo, interpretado por Paul Henreid, conclama os frequentadores do bar do Rick (personagem de Bogart) a cantarem “A Marselhesa”, hino nacional francês, em contraponto aos oficiais alemães que entoavam Die Wacht am Rhein (“A Guarda do Reno”), que é uma música patriótica que remonta à 1840, época do episódio conhecido como a Crise do rio Reno, que envolveu o então Reino da França e a Confederação Germânica. Os franceses se enchem de fervor patriótico, e soltam a voz abafando os opressores.

 

 A cena final também é inesquecível. Rick, para permitir que Laszlo e Ilsa Laszlo, (papel de Ingrid Bergman), por quem era apaixonado, pois tinham se conhecido anteriormente em Paris, embarcassem no avião para Lisboa, atira e mata o major Heinrich (Conrad Veidt), com a complacência do capitão Louis (Claude Rains), que manda seus subordinados prenderem “os suspeitos de sempre”. Os dois vão se afastando juntos na chuva e Rick diz: “Louis acho que esse é o início de uma grande amizade”. Fecha o pano.

 

A vida, sabemos, principalmente aqueles mais experientes, é feita de escolhas. Acho que Casablanca mostra isso. No cotidiano, nem sempre acertamos, mas é preciso constância e determinação para que possamos nos firmar nas nossas convicções e, na luta insana da sobrevivência, combatermos o bom combate para que, ao final, estejamos em paz com a nossa consciência.