Foram sete dias. Uma semana inteirinha.
De manhã, de tarde e de noite sentindo a ausência. E não havia nada que eu
pudesse fazer. Aquela presença rotineira, do encontro a qualquer hora, sabendo
que quando precisasse estaria à disposição se tornou uma distância que gerava a
expectativa da volta. Quando seria?
É duro você acordar e olhar ao redor no
quarto e notar que está faltando algo. Ao abrir os olhos cedinho a visão já tem
na memória tudo o que sempre esteve ali, e uma diferença, por menor que seja, dá
a impressão de se estar num lugar estranho, como um sonho incompreensível.
Terei sido teletransportado durante o repouso noturno?
Porém, não há mal que sempre dure,
dizem os antigos guardiães da perene sabedoria popular. Domingo à noite, enquanto
esperava a hora de me deitar, um telefonema surpresa trouxe-me a notícia
alvissareira: o diagnóstico e conserto do meu notebook tinham sido
concluídos com sucesso, e o equipamento me seria entregue imediatamente.
Deixei a sonolência de lado, liguei as
lâmpadas da sala e aguardei, sentado no sofá, até que meu genro, especialista
em TI, entrasse no apartamento carregando a bendita máquina que tinha deixado
um vácuo diuturno que não estava conseguindo sanar nem maratonando séries e
mais séries nos serviços de streaming.
A tecnologia que nos cerca atualmente de
tal maneira está inserida na nossa vida que que não se pode mais prescindir
dela. Como atualizar meu blog sem o computador para escrever o texto e a
net para postar? Claro, poderia até usar o celular, mas aquela tela de
menor tamanho e o teclado reduzido não servem para mim.
Nas redações onde trabalhei, em priscas
eras, gostava das máquinas de escrever com teclas grandes, que facilitavam
datilografar com rapidez, conforme é meu costume. Por isso, alegrei-me tanto
com o retorno desse aliado cibernético, com um HD, ou disco rígido, novo (mesmo
com capacidade de armazenagem inferior) e ainda precisando trocar a bateria.
Mas, agora, pelo menos posso voltar a
dialogar com o mundo, brincar de escrever e até trabalhar, pois em tempos
pandêmicos o tal do home office é que garante ainda o dinheiro nem tão
suado no final do mês.
Seja bem-vindo e longa vida, caro colega.