Estive participando de um encontro de
casais, a convite de um grupo de amigos, lastreado pelos 43 anos de vida em
comum que tenho com minha cara-metade.
Quando cheguei na área rural onde o
evento aconteceria, percebi que no ambiente as lâmpadas estavam desligadas e o local
iluminado à luz de velas. Na minha santa ignorância perguntei se estava
faltando energia elétrica, e me foi dito que não, apenas objetivava-se criar um
clima romântico para os participantes.
E me perguntaram se eu acreditava no
romantismo. Inicialmente, pensei, rapidamente, em dar uma resposta meramente
social, mas num daqueles momentos sinceridade dos quais sou acometido com
alguma frequência, respondi:
- Não. Ficou perdido ao longo da
estrada.
Obviamente, me referia ao percurso de
minha vida, e também ao tempo de convivência familiar, e não aos quilômetros esburacados
que tive que transpor para chegar até ao bucólico sítio onde homens e mulheres
de todas as idades, com mais ou menos tempo de casados, mesmo sem papel passado, trocavam experiências e
buscavam/recebiam orientações para a difícil, e nem sempre prazerosa, arte do
bem viver.
Voltemos ao romantismo. Segundo o site
www.mundoeducação.uol.com.br,
“os românticos apresentam descrições idealizadas do amor, do
herói e da mulher, exagerando suas características. A mulher é tida como
símbolo de pureza, o amor é retratado como o ideal maior e única possibilidade
de realização do sujeito”.
Já para a
Wikipédia “o romantismo foi um movimento artístico, político e filosófico
surgido nas últimas décadas do século XVIII na Europa que durou por grande
parte do século XIX.....O termo romântico refere-se ao movimento estético, ou
seja, à tendência idealista ou poética de alguém que carece de sentido objetivo”.
Por sua vez www.todamateria.com.br entende que “o romantismo
é um movimento artístico e cultural que privilegia as emoções, a subjetividade
e o individualismo. Contrário ao objetivismo e as tradições clássicas de
perfeição, ele apresenta uma visão de mundo centrada no ser humano com destaque
para as sensações humanas e a liberdade de pensamento”.
Conforme se
vê, pode-se entender que o romântico é aquele que vive no mundo da Lua, tapando
o Sol com uma peneira, suspirando por uma coisa que não existe, ou melhor, uma
utopia ainda inacessível para a humanidade em seu atual estágio evolutivo.
Contudo, não se pode
olvidar que no tema específico da vida a dois o romantismo pode ter papel
importante na construção, tijolinho a tijolinho, do amor que deve unir seres
tão diferentes mas que se propõem a ter uma história conjunta. Pelo menos no
início, naquela fase de paixões e arroubos que antecede a constância mais
equilibrada que somente a experiência proporciona.
Nada contra os
românticos, mas, da maneira já dito alhures, é melhor, para mim, não perder
tempo com esses arrodeios sentimentalistas e ir direto ao assunto, de forma
clara e direta.
Por isso, conclamo
românticos e não românticos: Uni-vos em torno do amor, a força mais poderosa do
Universo.