Enquanto políticos de todos os naipes e
matizes, tanto do Executivo quando do Legislativo, e alguns vagalumes e
mariposas do Judiciário (aqueles que gostam dos holofotes midiáticos) não decidem
se a pandemia acabou ou não, continuo com minha saga literária, procurando
manter a média mensal de ler dois livros.
Destaco, atualmente, os seguintes volumes
que estão empilhados na mesinha ao lado da minha cama:
Quincas
Borba –
clássico de Machado de Assis numa edição escolar da Editora Ática. A obra foi
publicada inicialmente na revista “A Estação”, entre 15 de junho de 1886 e 15
de setembro de 1891, quando apareceu em forma de livro através da Editora
Garnier. Integra a chamada segunda fase da ficção machadiana. Recomendo.
DMT
– A molécula do espírito – publicação da Editora Pedra Nova, trata-se de uma pesquisa
do médico Rick Strassman na qual é abordada a biologia de quase-morte e as
experiências místicas daí decorrentes. Não é uma obra difícil de ler, apesar da
explicação técnica, exposta, porém, num linguajar acessível a todos. O DMT é
uma substância química derivada de plantas, mas que também é produzida no
cérebro humano, usada pelos índios da Amazônia. Seriedade e conteúdo do início
ao fim.
O
livro aberto (leituras da Bíblia) – autoria de Frederico Lourenço, publicação da
Oficina. O autor é português, doutor em Literatura e professor da Universidade
de Coimbra. Fininho, este trabalho, nas palavras prefaciais do próprio escritor,
procura apresentar uma visão diferenciada das Escrituras Sagradas, “um texto
que, no seu melhor, é de riqueza inesgotável, de ímpar magnificência
expressiva, e onde encontramos do mais arrebatador e do mais comovente que a
mente humana alguma vez terá conseguido imaginar”.
Strange
fruit – mais
um livro com poucas páginas, este de autoria do jornalista especialista em
música David Margolick, mas de grande significado. Conta como surgiu e o
contexto histórico e social da canção que dá título à obra, um dos primeiros
grandes sucessos da cantora Billie Holiday. A música foi um marco na luta
contra o racismo nos Estados Unidos, pois fala de um linchamento ocorrido no
sul daquele país e da “estranha fruta” que ficou balançando no galho da árvore
(o corpo da vítima). Doloroso.
As
cidades invisíveis –
em tradução de Diogo Mainardi, a Companhia das Letras lançou este trabalho do filósofo
italiano nascido em Cuba, já falecido, Ítalo Calvino. Ele considera o livro
como “aquele em que penso haver dito mais coisas”. É uma reflexão em que a
cidade deixa de ser um conceito geográfico ou urbanístico para se tornar o
símbolo complexo e inesgotável da existência humana. Feito para estimular o pensamento.
Assim, enquanto a vacina (eficaz) não
vem, seja ela de qual origem for, aproveitemos o tempo livro para estudar, pois
aprimorar o conhecimento nunca é demais.
A falta dele é que se torna prejudicial.