Tão silenciosamente como se fosse um
Arsène Lupin, imortal criação do escritor francês Maurice Leblanc, quando entrava em palácios e mansões
para fazer seus roubos, o mês de maio tomou conta do calendário e passou a
fazer parte dos nossos dias.
Junto
com ele trouxe uma frente fria, chuvas e muitas nuvens encobrindo a
luminosidade solar. Mês de Maria, mês das mães e diversas outras efemérides. Na
Europa, por exemplo, maio é o mês das flores, em celebração à chegada da Primavera
no hemisfério norte dessa nossa Gaia de imensidão azul.
Em
3 de maio é comemorado o Dia Internacional do Sol, não sei bem o motivo (as
explicações do Dr. Google não me convenceram), mas talvez seja porque “a luz do Sol entrou/ Pela janela e convidou/ Pra tarde tão bela e sem calor/ É mês de maio, saio e vou ver o Sol se pôr (Mês de
maio, Almir Sater e Paulo Simões).
O
segundo domingo, todo mundo sabe, é o Dia das Mães, data em que nos tempos
anteriores à pandemia os comerciantes exultavam com tantas vendas, somente
inferiores à movimentação natalina. Muitas senhoras, inclusive minha filha mais
velha, acham que filhos e filhas devem lembrar de suas genitoras diuturnamente,
o que faz sentido, mas nada impede uma comemoração específica, mesmo com alguma
despesa, ou melhor, investimento na consolidação de um sentimento fraterno. E
ainda temos o Dia Internacional da Mulher, a 8 de maio.
Pulei,
sem querer, o Dia do Trabalhador, logo nas primeiras vinte e quatro horas do
mês, que também comemora a instituição, pelo ex-presidente Getúlio Vargas, do
salário mínimo brasileiro, que hoje é tão pequeno que está quase sumindo
engolido pela inflação e por outras manipulações econômicas que de tão
contumazes já são aceitas como se fossem necessárias.
O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa é celebrado a 3 de maio. A data foi criada em 20 de dezembro de 1993, com uma decisão da Assembleia Geral das Nações Unidos, e exalta o artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, marcando ainda o Dia da Declaração de Windhoek, feita com jornalistas africanos em 1991 reafirmando os princípios da que norteiam o trabalho desses profissionais, entre os quais me incluo.
O
fim da escravidão no Brasil, pelo menos formalmente, está assinalado na
folhinha no dia 13, quando, em 1888, a Princesa Isabel, exercendo a Regência Imperial, assinou a Lei Áurea. Trocaram-se
os grilhões metálicos pelas amarras da desigualdade social, mas não vamos nos
preocupar com isso agora. O momento é lúdico, não deixemos que preocupações
mundanas quebrem o clima.
Temos
também o Dia Mundial da Língua Portuguesa (5), Dia Internacional da Família
(15), Dia Nacional da Adoção (25) e inúmeras outras opções para todos os
gostos, inclusive o Dia da Decoração (30), Dia do Silêncio (7), Dia da
Cozinheira (10), Dia do Revendedor Lotérico (26) e até o Dia Mundial da
Higienização das Mãos (5), muito importante em tempos de coronavírus.
Bom,
desculpem as divagações. Queria mesmo falar que “azul do
céu brilhou/ Mês de maio enfim chegou/Olhos vão se abrir pra tanta cor/É mês de maio, a vida tem seu esplendor” (Mês de
maio, Almir Sater e Paulo Simões).
Que
o fardo nos seja leve.