quarta-feira, 29 de abril de 2020

Ambições humanas




Garimpando assuntos me deparei com algumas notícias sobre projetos científicos, daqueles aparentemente impossíveis, mas que permeiam a mente humana na busca inacessível de ser maior do que Deus. São ideias mirabolantes, a meu ver, que, entretanto, consomem milhões de dólares ou euros ou qualquer outra moeda, recursos tão necessários em diversos setores, como, por exemplo, a ajuda aos famintos africanos ou o controle do clima e do desmatamento.

Um dos temas objeto de estudo diz respeito a uma equipe de cientistas russos, japoneses e coreanos. Esses técnicos pretendem recriar um mamute. Isso mesmo, aquele antepassado dos elefantes que foi extinto milhares ou milhões de anos passados. Alguns daqueles animais foram encontrados congelados na Sibéria, e pretende-se fertilizar com o DNA deles o óvulo de uma elefanta, que irá gestar um mamutezinho. Resta saber o que vão fazer com o bicho.

Não satisfeito, um estudioso inglês propôs a liberação de 30 milhões de dólares para financiar pesquisas cujo objeto é inserir o DNA de um neandertal, aquela dita espécie ancestral humana extinta, no útero de uma mulher moderna. Tudo justificado pretensamente para ampliar os estudos sobre a origem da humanidade.

A União Europeia, provavelmente por ter muito dinheiro sobrando, liberou a bagatela de 1 bilhão de euros para o Projeto Cérebro Humano. A finalidade é ter um similar desse nosso órgão do sistema nervoso central instalado dentro de um computador, respondendo a estímulos elétricos sinápticos e até com capacidade para falar e se comportar como se fosse gente.

Além disso, muitos governos, uma vez que os drones militares já se tornaram uma realidade, sonham com soldados robotizados. São os populares ciborgues, organismos dotados de partes orgânicas e cibernéticas, geralmente com a finalidade de melhorar suas capacidades utilizando tecnologia artificial.

Nada contra o avanço tecnológico, desde que as novas descobertas sejam direcionadas para melhoria da condição humana, no combate às doenças e à produção de mais alimentos. O olhar científico, da maneira leiga que entendo, se preocupa muito em ver “chifre na cabeça de cavalo”, ou seja, fica mirabolando em torno da teoria evolucionista e esquece de elevar o pensamento para o céu.

Eu não acredito que a Terra seja plana, mas tenho procurado firmar, cada vez mais, a minha convicção na existência de um Ser Superior, comumente conhecido por Deus, responsável por toda a criação. Difícil, para mim, acreditar que tudo seja obra do acaso, que uma célula qualquer liberou um gene solto no espaço e os seres vivos começaram a se formar.

Uma inteligência maior, uma consciência superior é quem tem o controle. Quanto mais os cientistas se aproximarem do conhecimento espiritual, mais perto estarão de encontrarem as respostas que procuram tão avidamente olhando para o chão.

É por isso que “a abelha por Deus foi amestrada/sem haver um processo bioquímico/até hoje não houve nenhum químico/pra fazer a ciência dizer nada/ o buraco pequeno da entrada/facilita a passagem com franqueza/uma é sentinela de defesa/e as outras se espalham no vergel/sem turbina e sem tacho fazem mel/ como é grande o poder da natureza” (O Autor da Natureza – Zé Ramalho).

  


sexta-feira, 24 de abril de 2020

Legado




          Quando eu tiver dinheiro sobrando, um tanto bom mesmo, o que acredito que acontecerá brevemente, com a graça de Deus, tenho um sonho, que quero tornar realidade: criar a Fundação Renato José Costa Pacheco.

          Para quem não sabe, Renato Pacheco, meu pai, foi um emérito professor, magistrado e escritor capixaba, nascido em 1928 e falecido em 2004. É considerado por muitos como um dos maiores intelectuais do seu tempo no Espírito Santo.

          Por conta de um projeto de vida pessoal, aos 28 anos de idade fui morar em Porto Velho/RO, e só voltei 34 anos depois, quando ele já tinha desencarnado, o que limitou, por conta da distância física, minha convivência e acompanhamento do trabalho dele.

          Seu acervo ficou com os professores Luiz Guilherme e Reinaldo Santos Neves, que, recentemente, encaminharam diversas caixas ao Arquivo Público para catalogação e melhor conservação. Não tenho bem certeza, mas parte do material me parece que foi entregue por minha mãe ao Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, na pessoa do juiz Getúlio Neves.

          Me veio à ideia falar desse meu projeto por conta de uma mensagem que minhas filhas viram no Instagram, postada pelo Dr. Getúlio Neves, a respeito do meu pai. Ele citou uma frase dele que é a seguinte: “Eu vejo as diversas culturas como vasos comunicantes. Então, o que está numa, permeia-se, passa para outra. E o básico é a cultura popular...Então, acho que a gente deve ter sempre uma inspiração no que o povo diz e tentar dar àquilo uma forma erudita”.

          As pessoas que me falam a respeito de Renato Pacheco não escondem a admiração, principalmente seus ex-alunos, com quem ele tinha uma empatia muito grande – aliás, é consenso que essa era a profissão (professor) a qual ele se dedicava com mais prazer. Me lembro que ao completar 50 anos de Magistério disse: “Ai meu Deus. Ainda sou um aprendiz”.

          São essas coisas que quero resgatar na Fundação Renato José Costa Pacheco, como exemplo para as novas gerações, além de investir em obras literárias, virtuais ou físicas, bem como apoiar ações educacionais que possam contribuir para a formação do caráter e difundir conhecimentos à nossa juventude, tão carente do olhar governamental, em face de reiteradas alegações de falta de recursos, mas, principalmente, na minha modesta opinião, por conta da inexistência de interesse político.

          Muitos “Renatos Pachecos”, acredito, devem existir neste imenso país, pessoas bondosas, capazes e com visão de mundo diferenciada, precisando, tão somente, de que a sociedade dê acolhimento, reconheça seu valor e somem esforços em prol, verdadeiramente, de um objetivo comum: construir um mundo melhor para todos.

          Possa ser que saiamos desse isolamento social mais solidários.

          Espero que sim.

domingo, 19 de abril de 2020

Uma senhora de fino trato




          Uma prima minha, que também é minha madrinha de batismo, me mandou, via “zap”, cópia de um texto escrito na época em que faleceu meu pai, Renato Pacheco, pela mãe dela, irmã de minha mãe e, consequentemente, minha tia, que era, por óbvio, cunhada dele (o meu falecido genitor).

          Chamava-se Maria Ignez Bomfim Vellozo (por conta do casamento, em 1935, com o promotor e professor universitário Paulo Vellozo, figura notável e exímio contador de causos). Porém, era mais conhecida, desde a infância em Santa Teresa, onde nasceu, por Nezita.

          Me lembro um pouco da residência que o casal tinha na rua Manoel de Nóbrega (onde, em época posterior, também morei com meus pais). Por conta da idade na época, tenho mais recordação do prédio na rua José de Anchieta, de frente para o Parque Moscoso, onde possuíram um apartamento, local de muitos almoços aos domingos e de intensas brincadeiras com tio Paulo, que era torcedor do Fluminense, enquanto eu sempre mantive preferência pelo rubro-negro carioca.

          Tia Nezita era uma anfitriã de primeira, de uma elegância ímpar e nos deliciando com quitutes, salgados ou doces, de seu inesgotável caderno de receitas, muitas delas aprendidas com as nonas italianas que lhe precederam inclusive a mãe, vovó Carlota. Quando tive hepatite e fiquei sem poder sair de casa por uns dois meses, foi ela quem me fornecia, semanalmente, suspiros, um doce feito de ovos e açúcar, que, diziam, eram necessários para recuperação do fígado afetado.

          Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde tive oportunidade de ser acolhido algumas vezes no chique apartamento do bairro do Flamengo, na rua Senador Vergueiro, salvo engano. De tempos em tempos, passava temporadas na casa dos meus pais em Vitória. Alguns anos mais nova, a minha mãe tinha por ela uma enorme adoração, e quase não resolvia nada de sua vida social (o que vestir, como decorar a sala) sem consultá-la, mesmo que tivesse que ficar longos minutos numa ligação DDD.

          Enfim, era, realmente, uma senhora de fino trato.

          O texto ao qual me referi no início desta crônica, intitulado Mensagem para uma pessoa “muito especial”, diz assim:

              “No dia 17 de março de 2004 às 8hs da noite conversei com Tilda por telefone e as notícias eram as de sempre: todos bem, com saúde e no fim terminava como sempre: Renato está lhe mandando um beijo. Como eu poderia imaginar que seria o último! As 12hs do dia seguinte um raio caiu sobre nossas cabeças.
              Você sentiu-se mal à noite ficou hospitalizado para novos exames e não resistindo a eles se foi sem ao menos dizer Adeus. Nos primeiros momentos de choque nos vem à mente sempre a mesma pergunta: por que você quando há tanta gente ruim aqui na Terra?! Será que lá em cima estão carentes de gente boa e estão levando os nossos poucos?
              Até hoje passados 2 meses ainda tento me convencer que não ouvirei mais Você subindo as escadas e assobiando (desculpe, mas como era desafinado) e ao me ver como sempre na sala fazendo o meu tricot Você me saudava com as mesmas palavras desses 50 anos: é você a famosa Nezita, figura impoluta, caráter sem jaça? E às 4 da tarde em ponto: vamos tomar nosso chazinho? E olha que ele nunca usou relógio!
              São essas pequenas lembranças do dia a dia que nós guardamos porque a sua figura de inteligência brilhante, de grande escritor, de magistrado íntegro, de professor admirado e querido pelos seus alunos a mídia já divulgou pelos meios de comunicação com a ênfase a que você faz jus. Para nós fica a lembrança da pessoa que você era: simples, despretensioso, ignorante de seus valores e sempre pronto a ajudar a quem o procurasse para usufruir de sua grande sabedoria e experiência. Tive a sorte de passar um mês em sua companhia e se por um lado a sua ausência nos é dolorosa, por outro agradecemos a Deus por nos ter dado você por 75 anos.
              E agora esperamos que no Infinito esteja repousando em “verdes prados” (5.22) e que as marés continuem levando milhões de grãos de areia até o pé da montanha onde reina a nossa Padroeira e sua madrinha Nossa Senhora da Penha!
              Um grande abraço e até mais.
              Nezita”.

A referência que ela faz às marés levando milhões de grãos de areia até o pé da montanha onde reina a nossa Padroeira, imagino que seja motivado pelo fato de as cinzas de meu pai terem sido jogadas no mar, conforme pedido escrito que ele deixou, aos pés do Convento da Penha.

Após todos esses acontecimentos, cometi a besteira de tentar cumprimentá-la daquele jeito único – “figura impoluta, caráter sem jaça” – mas fui repreendido amorosa, mas firmemente: “Só Renato podia me chamar assim”.

          Tia Nezita também era, à sua maneira, uma pessoa especial.

Tia Nezita (e) e minha mãe, Tilda, em frente à Catedral de Brasília, provavelmente anos 80

terça-feira, 14 de abril de 2020

A vida de cada dia




Drama aéreo

Era um longo voo noturno de mais de seis horas de duração entre Belo Horizonte e Manaus.

        Tudo transcorrendo dentro da normalidade, até que em determinado momento, já sobrevoando a hileia amazônica, a voz da comissária chefe da equipe de bordo quebra o silêncio e, entre soluços e choro controlado, anuncia que todos deveriam permanecer em seus respectivos lugares, apertarem o cinto de segurança e se posicionarem com a cabeça entre as pernas porque a aeronave iria fazer um pouso de emergência no meio da floresta.

        Gritos de alarme e medo tomaram conta da cabine de passageiros, surpreendidos com a informação. Um dos viajantes, perdendo o controle do esfíncter anal, colocou para fora todo o seu pavor na forma de material sólido não absorvido pelo organismo. Naturalmente, o fedor característico daquele tipo de produto espalhou-se no espaço vedado do avião, onde não se podia nem abrir uma janelinha para entrar um vento.

        Numa tentativa de amenizar aquele drama, como quem faz um comentário casual, um companheiro de infortúnio levantou-se e disse num tom suficiente para que todos escutassem:

        - Pessoal, não vamos inverter a ordem natural das coisas. Primeiro tem que morrer, para depois apodrecer.

        A “piada” não fez sucesso e como, não se sabe de que maneira, o piloto conseguiu controlar a situação, pousando normalmente na pista e não entre árvores, no desembarque o humorista desajeitado teve que enfrentar olhares tipo facas, granadas e raios, como se fosse ele o culpado pela experiência assustadora que tinham vivenciado.

        Às vezes, o melhor mesmo é ficar calado.

Barraco na ambulância

        O paciente estava internado com dengue hemorrágica num hospital e, sem maiores explicações, foi transferido para outro.

        Transferido é modo de dizer. Na verdade, ele foi deixado na porta da segunda casa de saúde e a ambulância que o havia levado seguiu em frente. Nenhum encaminhamento havia sido feito.

        Inconformada, à acompanhante do doente não restou alternativa a não ser iniciar, novamente, uma via sacra em busca de atendimento. Depois de quase uma hora de peregrinação e espera, ela vislumbrou uma solução.

        Outra ambulância encostou na entrada de emergência. Mais do que depressa, agarrou-se na porta do veículo e armou aquele barraco. Aos gritos, disse que não sairia dali, a não ser que seu marido fosse atendido imediatamente ou, então, colocado novamente numa ambulância e voltasse para o centro clínico de onde viera.

        A turma do “deixa disso”, mantendo a distância regulamentar do isolamento social de dois metros, não conseguiu convencê-la. Assim, mais do que depressa, após alguns momentos de tensão, apareceu uma enfermeira, colheu sangue do dengoso e providenciou o necessário para que novo internamento fosse feito.

        O irmão, a quem havia pedido auxílio, chegou quando o clima já tinha desanuviado, mas ela, desabafando a pressão suportada, caiu em seus braços e chorou copiosamente. Ele, por sua vez, lembrando das recomendações médicas relativas à quarentena, virou o rosto um pouco para o lado para não haver troca de odores respiratórios.

        Só uma precaução básica, nada pessoal.

EM TEMPO:

        Esses relatos me foram passados como sendo absolutamente verdadeiros.

        Ambos os dois conjuntamente, se me permitem essa redundância brincalhona.

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Quarentena 5




            E o enredo do samba do crioulo doido no festival de besteiras que assola o país continua.

            Peço vênia, esteja onde estiver, ao inigualável Sérgio Porto, mais conhecido por Stanislaw Ponte Preta, para usar sua famosa definição acima expendida e contextualizá-la neste momento atual da nossa querida Pindorama.

            Nos três níveis da Administração Pública – federal, estadual e municipal – cada um fala o que quer, mesmo que não entenda do assunto. É impressionante, mas não motivo de surpresa, que atualmente, em que o medo e a incerteza atingem centenas de milhões de homens e mulheres no mundo todo, em nosso rincão idolatrado os supostos líderes fazem jogo de cena para a plateia já projetando ganhos eleitorais em pleitos futuros.

            Trabalhar ou não trabalhar? Ficar em casa ou ir à rua? Usar máscaras? A coisa está de um jeito que cada um está resolvendo o que fazer por conta própria, na esperança de que Deus está cuidando de todos.

            Infelizmente, o brasileiro não tem a disciplina chinesa de, por exemplo, cumprir rigidamente regras de isolamento social – nome bonito que arrumaram para quarentena. Aqui, o noticiário mostra bares cheios e bairros populares com as pessoas nas ruas e nas praças. São Paulo, nossa grande metrópole, já voltou a apresentar trânsito mais intenso. Quer dizer: liberou geral.

            Procurando o que fazer, comprei uns livros pela internet. Entre eles, um do autor cult do momento, o israelense Iuval Noah Harari, intitulado “Sapiens: uma breve história da humanidade”, um best-seller internacional que, no Brasil, está já na 50ª edição. Em determinado capítulo da obra, recheada de declarações bastante polêmicas e, imagino, não totalmente aceitas, pelo menos por enquanto, pela comunidade acadêmica, da qual não faço parte, diga-se de passagem, pois não tenho cabedal para tal, o historiador, analisando os primórdios da Revolução Agrícola e suas consequências nos relacionamentos sociais, explica os motivos causadores de algumas crises mundiais (queda do Império Romano, Revolução Francesa, guerra civil na Iugoslávia, entre outras) e afirma o seguinte:

“O problema na raiz de tais calamidades é que os homens evoluíram por milhões de anos em pequenos bandos de algumas dezenas de indivíduos. O punhado de milênios separando a Revolução Agrícola do surgimento de cidades, reinos e impérios não foi tempo suficiente para possibilitar o desenvolvimento de um instinto de cooperação em massa” (Pág. 111).

Tem a ver, né mesmo!?

Resumindo: nós ainda somos muito egoístas. Um exemplo claro disso é a majoração dos preços dos alimentos e de produtos essenciais, como o gás de cozinha. Estamos no mesmo barco, mas tem marinheiro remando em direção contrária. Assim, a embarcação não sairá do lugar. Todo mundo acha que está certo e que o resto está errado. Poucos admitem a possibilidade de que possam estar enganados. Afinal, hoje em dia, até mesmo a infalibilidade papal é questionada.

Quando o bem comum for, verdadeiramente, o objetivo primeiro e único, faremos um paraíso na Terra. Enquanto isso, vamos conduzindo nosso desfile do jeito que der. Só não pode desandar muito, senão a coisa fica feia.

Mas tudo passa, e dias melhores virão.


           

sábado, 4 de abril de 2020

Quarentena 4




          Minha mãe falava ao telefone com uma de suas netas, parabenizando-a pelo aniversário, e reclamava que estava “presa” dentro de casa por conta do tal do confinamento social em face do coronavírus.

          Achei interessante a resposta de minha sobrinha, dizendo que ela (a avó), na verdade, estava protegida, pois, ao contrário do que dizem alguns desprezíveis falastrões, ficar em casa é mais seguro do que ir às ruas com máscara e luvas ou potinho de álcool gel.

          Vê-se, dessa maneira, que tudo é uma questão de ponto de vista. Aquela velha estória: num copo com água pela metade, o pessimista acha que está meio vazio, enquanto o otimista garante que está quase cheio.

          O foco que se dá a determinada coisa determina se vamos encará-la de maneira negativa ou positivamente.

          Por isso, apesar de me incomodar um pouco com as restrições ao meu direito constitucional e inerente à minha condição humana de ir e vir, estou conformado, pois entendo que é apenas uma situação momentânea, que irá passar, mais ou cedo ou mais tarde. Aqui para nós: espero que seja o mais breve possível.

          Volto a fazer algumas reflexões, com amparo em pessoas mais inteligentes e capacitadas que eu que divulgam suas observações nas mídias sociais. Sem dúvida, trata-se de um acontecimento único, pois nunca, em todos os continentes, centenas de milhões de pessoas ficaram de quarentena ao mesmo tempo. Pelo menos, que eu saiba.

          É como se o planeta tivesse dado uma freada para rearrumar os passageiros que estão a bordo. Uma pausa. Uma tomada de fôlego. Um momento em que com a diminuição das atividades industriais, escolares e profissionais está havendo mais tempo para reflexões, para reordenamento de relações pessoais e uma retomada, quando a onda passar, de um caminho mais equilibrado, em que a humanidade vai, devagarinho, se conscientizando do que é mais importante e efetivamente essencial.

          O tempo, nosso grande e infalível professor, irá mostrar que esses momentos de provações são caminhos preparatórios para dias melhores, quando homens e mulheres, ricos ou pobres, independentemente de etnia ou credo, viverão menos para o mundo material e mais para Deus.

          Nada como um bom susto para alertar a todos.