Gosto muito de aprender, de renovar
conhecimentos e de, na medida do possível, deixar o novo amanhecer dentro de
mim (parafraseando Renato Teixeira, em Raízes). Para isso, procuro ler
um pouco de tudo, mesmo que às vezes tenha alguma dificuldade para entender a
mensagem, principalmente textos científicos relacionados às áreas de matemática
e química.
Entre exatas, biológicas e humanas
tenho especial predileção por este último campo de estudos, e, nele, atenção
redobrada pela História, que é, segundo definição encontrada na Wikipédia, “a
ciência que estuda o ser humano e sua ação no tempo e no espaço
concomitantemente à análise de processos e eventos ocorridos no passado”.
Não raramente os acontecimentos de
outrora, a meu ver, permitem entender o momento presente e até projetar as situações
futuras. Me fascina saber quem fez o quê, em que circunstâncias e as
consequências de determinadas atitudes humanas. Homens e mulheres que, ao longo
do tempo, se tornaram agentes não só da sua própria vida, mas também causaram
modificações para além da própria existência.
Existem coisas, obviamente, que repercutem
no mundo todo. Outras são restritas, em termos de consequências, a determinada
região ou somente alguns países, enquanto algumas têm efeito apenas regional ou
local. Mas todas podem ser analisadas e compreendidas para servir de lição
àqueles que possuem o dever contemporâneo de conduzir a humanidade, seja quem
responde por milhões ou quem apenas cuida de um pequeno rebanho.
Vejo com preocupação que muitos
líderes atuais demonstram desconhecimento (talvez até de maneira proposital) no
que diz respeito a fatos ocorridos em época nem tão distantes, e adotam
práticas que repetem erros e posicionamentos já comprovadamente ineptos e
prejudiciais.
No caso brasileiro, especificamente, na
verdade, nem é de se estranhar tanto, pois, infelizmente, a atual geração foi
educada sem conhecimento geral, como se o mundo girasse em torno do próprio
umbigo. E isso tende a perdurar, pois os currículos escolares são pobres em
abranger o estudo histórico. Não é de se espantar que muitos jovens não sabem
nem o nome do último imperador do Brasil ou do primeiro presidente republicano,
por exemplo.
Nossos próceres, tão preocupados em garantir
a perpetuação de privilégios sob o manto do “isso é melhor para o país”,
deveriam buscar em séculos passados as lições para pavimentar o caminho de
prosperidade que almejamos, mas não só da boca para fora. Um ponto crucial que
qualquer tipo de liderança deve demonstrar é a honestidade, de forma clara,
indubitável e sem mácula.
Neste sentido, é bastante ilustrativa
uma narração que vem da Roma Antiga, que faço, a seguir, a transcrição:
“Decorria,
em casa de Júlio César, no dia 1º de maio do ano 62 A.C., a festa da Bona Dea
(Boa Deusa), reservada exclusivamente às mulheres. A celebração fora organizada
por Pompeia Sula, segunda mulher de Júlio César. Acontece que Publius Clodius,
jovem rico e atrevido, estava apaixonado por Pompeia. Disfarçado de tocadora de
lira entrou clandestinamente na festa, mas foi descoberto por Aurélia, mãe de
César, sem que tivesse conseguido os seus intentos. Nesse mesmo dia, todos os
romanos conheciam a peripécia e César se divorciou de Pompeia. Mas ele não
ficou contra Publius Clodius, aduzindo que nada tinha, nem nada sabia contra o
suposto galanteador. Foi um espanto geral entre os senadores: ‘Então porque se
divorciou da sua mulher?’. A resposta tornou-se famosa: ‘A mulher de César deve
estar acima de qualquer suspeita’.
Com o passar do tempo, surgiu um provérbio
adaptado ao relato, que diz: ‘À mulher de César não basta ser honesta, deve
parecer honesta’.
Vê-se, dessa maneira, que é necessário unir
teoria e prática para que atitudes corretas sejam efetivo reflexo dos
pensamentos e sentimentos que se encontram guardados no mais profundo recôndito
do nosso ser.
Aparência de honestidade nem sempre significa
uma prática no mesmo sentido, e vice-versa, claro. Esse, inclusive, é um dos maiores ensinos de Jesus. Daí a necessidade de
transparência, pois, conforme visto acima, não basta efetivamente ser honesto,
mas é necessário irradiar aos outros de maneira tal que se veja isto (nossa
honestidade) de forma clara e sem dúvidas.
O hábito não faz o monge.
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