quinta-feira, 25 de junho de 2020

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          Essa é a centésima publicação que insiro neste blog desde que ele teve início, nove anos atrás, descontando o período de uns cinco anos em que ele esteve paralisado e quase abandonado, por motivos de pouco monta.

          Grande coisa, dirão os mais inteligentes que eu, que são muitos.

          Realmente, nada do que escrevi aqui mudou nadica de pitibiriba em ninguém, o que, aliás, seria muita pretensão de minha parte. Afinal, tenho o maior orgulho de ser humilde.

          Contudo, se me permitem, pelo menos para mim esse exercício intelectual tem servido para manter minha autoestima num nível distante da depressão. Escrever é uma das coisas que mais gosto de fazer, o que não quer dizer que o faça em nível de excelência ou mesmo dentro das normas gramaticais na totalidade.

          Escrevo, porém. Desde que me entendo por gente desejei ser repórter. Quando iniciei na profissão, achava maravilhoso encher laudas e laudas, datilografando numa velha Remington manual, com minhas reportagens e vê-las ocupando uma página inteira na edição seguinte do jornal onde trabalhava. O que pouco verbalizo no contato pessoal, sinto fluir facilmente na frente de um teclado – modernidade dos tempos atuais.

          Todos sabem que em qualquer atividade humana a constância na prática nos aproxima da perfeição. Essa meta é que me move, dando-me força para continuar mandando meu recado, nem que seja para minha própria satisfação. Por conta do meu trabalho, ou seja, o ganha pão, ainda não me dedico diariamente a essa tarefa, apesar de também necessitar escrever na minha labuta profissional.

          Entretanto, não é a mesma coisa. O juridiquês, jargão jurídico e de termos técnicos de Direito, chega a ser bonito, em alguns momentos. Muitos advogados, professores e magistrados conseguem expor uma tese de maneira brilhante, não raro até para um leigo. Mas simplesmente contar uma história, conduzir o leitor num enredo com início, meio e fim de forma que, ao final, ele pare ao menos alguns segundos para pensar, não é para qualquer um.

          O dom da palavra, escrita ou falada, é uma sublime dádiva divina. Poetas, romancistas e escritores de uma maneira em geral têm a capacidade de receber esse impulso inspirador, que “é uma luz que chega de repente, com a rapidez de uma estrela cadente, que acende a mente e o coração, é faz pensar que existe uma força maior que nos guia, que está no ar, bem no meio da noite ou no claro do dia” (O Poder da Criação – João Nogueira).


          Como fazer essa conexão é que são elas. O comum é fácil. Ir além, porém, não é para todos. Ou melhor: ainda não é para todos. Mas com fé e perseverança podemos chegar lá. Cada um com o seu objetivo, de dominar uma técnica, de construir algo de bom (materialmente falando ou não), de compor uma bela canção, de escrever um texto fascinante, de ser feliz. Sim, ser feliz naquilo que a gente se propõe a fazer e procurando dar o melhor de si. Essa é uma grande virtude: fazer seja o que for para a nossa elevação pessoal da melhor maneira possível, com respeito, de forma ética e sem pisar no companheiro de jornada.

          Como disse Santa Teresa de Jesus, também conhecida por Santa Teresa de Ávila: “Nada te turba. Nada te espanta. Tudo passa. Deus não muda. A paciência, a tudo alcança. Quem tem Deus, nada lhe falta. Só Deus basta!”

          Centésima postagem, amigos e amigas. Que venham mais cem e outras cem e novamente uma nova centena.

          Até quando Deus permitir.

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