segunda-feira, 2 de maio de 2011

O esporte na minha vida

Uma das minhas leitoras mais assíduas (não estou falando das minhas filhas, tá?) me pediu, desde a semana passada, quando o Flamengo ganhou do Fluminense nos pênaltis, para fazer algum comentário sobre o esporte de uma maneira geral. E com a vitória do rubro-negro sobre o Vasco - também na cobrança de penalidades máximas - achei que podia abordar o tema, motivado, é claro, por mais esta conquista do time do meu coração.
Desde que eu me entendo por gente que o futebol está presente na minha vida. E, nesse esporte, o Mengão sempre foi, para mim, o número um. Não sei nem dizer influenciado por quem. Meu avô era vascaíno, para não negar suas origens portuguesas. Meu tio Paulo gostava do Flu. Meu tio Codé, do Botafogo. É certo que meu pai gostava, e meu tio e padrinho Carlos Augustus ainda gosta, do clube da Gávea. 
Quando garoto, eu era daqueles torcedores fanáticos. Se o Fla ganhava, era só alegria. Se perdia, até chorava. Ainda bem que tive a felicidade de presenciar aquela fase áurea do Mais Querido, quando Zico, Adílio, Júnior, Mozer, Leandro, Andrade, Tita, Raul, Lico, Nunes, Rondinelli e outros artistas da bola davam show no Maracanã todos os domingos. Naquela época a vitória era certeza, a única dúvida dizia respeito de quanto seria o placar.
Acompanhava freneticamente todo o noticiário esportivo (principalmente pelos jornais e pela Rádio Globo, pois a televisão ainda não transmitia as partidas com a frequência atual). José Carlos Araújo e Waldir Amaral eram meus locutores favoritos. E os comentários de Mário Vianna ("com dois enês", conforme ele frisava) eram bem divertidos. E claro, batia minha bolinha.
Em Guaçuí (mais detalhes em As cidades da minha infância) tinha mais facilidade para nadar, e frequentava a piscina da AABB com meu amigo (morava em frente lá de casa) Francelino. Nadávamos, no estilo crawl, ou nado livre, sem muita técnica, cerca de mil metros de cada vez que íamos lá. Gostávamos, também, de correr em volta dos quarteirões que circundavam nossa rua.
Mas foi em Alegre que o futebol passou a ser uma paixão. Tinha uma garotada que se reunia todos os dias na praça municipal, e eu, sempre que podia, estava lá. Cheguei a treinar e a jogar de lateral esquerdo (posição hoje denominada ala) num time infantil da cidade. Era reserva, é bom que se frise. O treinador era conhecido por Marreco, por causa do jeito de ele andar (tinha um defeito num dos pés) que lembrava aquela ave. Ali ganhei minha primeira bola nº. 5 (tamanho oficial), que furou logo na estreia, ao ser chutada por um colega na direção de umas roseiras.
Com o tempo, comecei a acompanhar outros tipos de esportes onde os brasileiros estavam presentes, desde o boxe, com Éder Jofre, e a unificação do título mundial na categoria pesos-galo, passando pelo tênis, com Maria Ester Bueno, e, mais recentemente, basquete, Fórmula 1, vôlei. Olimpíadas, Pan-Americano e Copa do Mundo tinham minha atenção total. Sou capaz, ainda hoje, de descrever todos os gols brasileiros na conquista da Taça Jules Rimet, em 1970, no México. Tive vontade, ao iniciar minha carreira jornalística, em me especializar nessa área, mas acabei enveredando por outras praias. Estive no Maracanã duas vezes: em 1972, na final do Torneio do Sesquicentenário (Brasil 1 x 0 Portugal) e num jogo Flamengo 1 x 0 Portuguesa/SP (Campeonato Brasileiro), alguns anos depois. 
Nos Estados Unidos, no intercâmbio estudantil que descreverei numa próxima oportunidade, brincava de basquete e baseball com o pessoal da vizinhança. Comprei até uma luva usada por quem fica na primeira base. Em Vitória, durante algum tempo, tínhamos, eu e outros jornalistas, um time de futsal, o antigo futebol de salão. Essa modalidade ficou sendo a minha preferida. Jogava toda semana. As regras eram mais rígidas (não valia gol de dentro da área, por exemplo) e, modéstia à parte, consegui, quando estava bem preparado fisicamente, uma boa qualidade técnica e marquei alguns belos gols. Os chutes da minha canhota eram de uma potência surpreendente. Lamentavelmente eles não foram gravados e vocês vão ter que acreditar na minha palavra.
 Hoje em dia levo uma vida sedentária, apesar das muitas recomendações para fazer alguma atividade física. Tenho um joelho (o esquerdo) comprometido pelas pancadas dos zagueiros adversários (risos contidos), mas ainda sonho em entrar numa quadra e balançar a rede novamente (equipe de veteranos, obviamente). Ou então me conformar e jogar peteca com minha neta. Sei que o mundo esportivo agora é um grande negócio, amadorismo é quase uma utopia (amor pela camisa ou por uma bandeira, essas coisas), mas o coração acelera ao ver/ouvir a manifestação de uma torcida num estádio cheio, uma jogada de efeito e a vitória do time preferido. 
Ilusões sem futuro, dirão alguns, mas já estamos prontos para viver sem elas?

5 comentários:

  1. Nascida no RJ e acima de tudo "tijucana", não conhecer o maracanã seria algo quase impossível pelo menos na minha família típica de vascaínos fanáticos.
    Era levada por tios e primos ao maracanã. Lembro de não ter me apaixonado pelo vasco ou muito menos por outro time qualquer, mas movida por outras paixões virei casaca, rs. Algo legal também era um programa que meus tios ouviam chamado casa da cremilda, todo jogador que não tivesse ido bem, ou melhor o pior deles ia para casa da cremilda.

    Uma opotunidade muito feliz foi presenciar a despedida do zico, fui de arquibancada e vi torcedores de diversos times, todos prestando uma homenagem merecida ao galinho de ouro.

    Fazum bom tempo que não vou ao maracanã, mas para quem não foi digo que é um grande espetáculo.

    Parabéns, para não gostar do que escreve só sendo "ruim da cabeça ou doente do pé", como diria Caymi.

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  2. MENGOOOOOO. rsrsrsrs
    Gostei da história e principalmente de saber que o senhor sabia jogar bola.. hihiihihi
    Bjusssss

    Quanto ao joelho podemos dar um jeito pra quem sabe eu ve-lo jogando bola novamente.. :P

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