quarta-feira, 11 de maio de 2011

Criança diz cada uma!

O título acima é de um livro que fez muito sucesso nos anos 60/70, de autoria do médico Pedro Bloch. Ele deixou mais de 100 obras publicadas, em todos os gêneros (romance, dramaturgia, poesia e outros mais). Teve grande destaque como autor junto ao público infantojuvenil. Nascido na Ucrânia, em 1914, adotou a nacionalidade brasileira. Faleceu no Rio de Janeiro, no início do ano de 2004.
No trabalho supra referido, o escritor fez uma coletânea de palavras e frases que as crianças falam de maneira intuitiva. Coisas engraçadas e espontâneas. Dizem que meninos e meninas, até uma certa idade, não têm os condicionamentos que os mais velhos adquirem com o tempo e soltam a língua inocentemente, sem preocupação nenhuma se as pessoas vão gostar ou não.
São expressões que não obedecem às normas gramaticais, na maioria das vezes, mas que traduzem o universo infantil, o jeito de ver o mundo, de uma forma simples e objetiva. Todas as famílias, por certo, têm exemplos de filhos, primos e netos que se manifestaram de maneira própria, para alegria dos parentes e amigos.
Todo este preâmbulo é tão-somente para tornar público algumas coisitas de minha autoria quando eu também vivia no mundo dos sonhos e brincadeiras, sem as mundanas preocupações dos adultos. Quem me passou as informações foi a minha prima Heloísa Helena, que, por ser um pouco mais velha, acompanhou minha infância de perto.
Ela, por exemplo, considerava minhas orelhas grandes e, sempre que me pegava no colo, gostava, carinhosamente, é óbvio, de me homenagear com o título de "meu Dumbinho", para insatisfação da minha avó materna Carlota. Eu, sem ver nenhuma maldade no comentário, ria e dizia: Lolô é tão engraçada.
Em Santa Leopoldina (vide texto neste blog), vendo um álbum onde havia uma foto minha numa poça de água na praia em São Mateus: Aqui Didigo na pocinha. Ainda naquela cidade litorânea do norte capixaba, toda vez que Heron Domingues, locutor da Rádio Nacional, iniciava o famoso, na época, "Repórter Esso", ficava em pé no berço e anunciava: Alô, alô, póesles, alô.
Limpando a Kombi do meu tio Paulo (pai da minha biógrafa infantil): Estou dando uma limpadura. E procurando o cinto: Cadê minha cintura. Vendo minha tia Nezita (esposa do tio Paulo) costurar: Mamãe também cutula, cutula (segundo Lolô era mentira, porque minha mãe nunca pegou numa agulha).
Após a apresentação de um circo, que tinha passado por Santa Leopoldina, fiquei dias rindo sozinho toda vez que me lembrava do palhaço e do bordão que ele usava: Vou botar meu paletó prá escutar mió. Outra lembrança dela era que eu gostava de escrever na máquina de datilografia do meu pai o meu nome - Rodrigo. Costumava ficar horas datilografando. Quanto papel gasto à toa.
Pois é, como bem registrou Pedro Bloco, criança diz cada uma! Abaixo, a foto do pimpolho e os famosos pavilhões auriculares dumbianos.

5 comentários:

  1. Dumbinhooo com o topete do Neymar.
    hauhauhauuhuaa..

    Bjussss

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  2. Manda pra Lolô esse texto.
    Lindinho na foto.
    Beijos

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  3. Era moda, e agora parece que voltou a ser, né mesmo?

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  4. E a mistura da Alice e Lidialuz....

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  5. Não, elas é que são a mistura da minha mistura. Afinal, nasci primeiro, né mesmo?

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