domingo, 14 de julho de 2019

Das barrancas do Madeira à beira-mar



Depois de quase 34 anos morando em Porto Velho/RO – cheguei lá com mulher e duas filhas no final de outubro de 1985 – estou de volta à terra natal. Não precisamente ao meu local de nascimento, Vitória, mas ao Espírito Santo, minha origem, fixando residência em Guarapari, cidade de muitas férias escolares, onde meu avô Filogônio e minha avó Valentina, pais de meu pai, tinham uma casa.

Na bagagem, além da saudade dos amigos que ficaram em Rondônia, trago experiências de vida adquiridas às margens do rio Madeira e no convívio com os “caboclos” da floresta amazônica. Agora, novamente de frente para o oceano Atlântico, é um recomeçar com aparência de continuidade, pois o cheiro de maresia não me é estranho, mas os tempos são outros e a vida do século 21 tem as suas diferenças em relação àquele longínquo ano em que me aventurei rumo norte.


Naquela ocasião, fui de carro, uma Brasília cor de vinho que possuía, passando por Belo Horizonte, Distrito Federal (onde ficamos uns dias na casa de amigos) e Cuiabá, até a chegada na capital rondoniense. Achei por bem, apesar de alguns protestos familiares, retornar também por via terrestre. Confesso que quase me arrependi, pois dirigir exatos 4.678 quilômetros foi um exercício de paciência que não imaginava tão difícil.

Atravessamos (eu e Jussara, minha mulher, porque as três filhas – a caçula nascida em PVH – já estavam residindo na Cidade Saúde) cinco estados brasileiros: Rondônia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo, por longos nove dias, considerando, entretanto, uma pausa de dois dias em Cuiabá, onde fomos recebidos por um casal amigo, e mais dois numa pousada em Pedra Azul, para um merecido, a meu ver, repouso. Afinal, ambos já somos considerados idosos. Por segurança, dirigia somente durante o dia.

Todo esse introito é apenas para situá-los, caros leitores, no tempo e no espaço, já que, agora, companheiros dessa jornada, estarei dando continuidade aqui, em solo capixaba, com a graça de Deus, à exposição de ideias, “causos” ou simplesmente falando da vida, principalmente das coisas boas que a existência nos oferece, pois as notícias ruins, mesmo que verdadeiras e necessárias, já têm campo próprio.

Até a próxima oportunidade, pois.

Selfie na praça central de Ouro Preto/MG,  após uma semana de estrada

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