segunda-feira, 1 de julho de 2019

Aprendendo a viver e a morrer

Em curto espaço de dez dias neste mês de setembro estive em dois velórios, de três pessoas do meu relacionamento, uma mais íntima e outras duas menos, mas todas merecedoras deste ato de solidariedade cristã para com os familiares. Obviamente não são momentos agradáveis, mas inevitáveis para todos nós. Quando chegar a minha hora, que peço a quem de direito que não seja logo, alguém poderá estar tendo que cumprir este mesmo dever em relação à minha pessoa.

O parágrafo acima foi escrito em setembro de 2011, e nem chegou a ser publicado. Aconteceram algumas coisas. Uma delas, por exemplo, foi uma queda que levei na cozinha e quebrei o úmero. Fiquei 42 dias com uma tipóia e depois mais 60 fazendo fisioterapia. Interrompi a produção dos textos para este blog.

De lá para cá, rompi dois tendões do ombro direito, e também não pude digitar nada.

Agora, estou voltando. Quase oito anos depois. Peço a Deus que me dê coragem para manter essas postagens com regularidade. Quanto ao tema inicial, estive em outros velórios, esses mais dolorosos, porque envolveram pessoas a quem chamava de amigos de fé. Mortes súbitas, a exemplo do meu pai, em 2004, provocadas por infarto agudo do miocárdio.

A ideia original era falar um pouco sobre a efemeridade da vida terrena, quão ligeira é a nossa passagem por esse plano, apesar de, às vezes, termos a impressão de que eventuais coisas demoram tanto, como uma fila de banco ou a espera num consultório médico, por exemplo.

Mas, meus amigos (e meu pai) estavam encarnados num dia e no outro haviam se libertado do invólucro material, para tristeza dos que ficaram ainda padecendo as agruras do cotidiano, mas sem esquecer das belezas que o mundo nos proporciona, sejam os encantos da Natureza, seja o convívio com a família, colegas de trabalho e companheiros de jornada.

Enfim, a certeza é que da morte ninguém escapa, mas, como diria Luís Fernando Veríssimo, que seja a último coisa que me aconteça.

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