domingo, 11 de outubro de 2020

Alice, a Primeira

 


        Não posso dizer que o Sol brilhou com mais intensidade naquela data porque seria muita pretensão da minha parte, até porque ela nasceu, salvo engano, às 19 horas.

 

        Mas a alegria que senti, sem dúvida, foi como se a luz solar tivesse tomado conta do meu coração. Estou falando do nascimento da minha primeira neta, Alice, há 12 anos, naquele 11 de outubro de 2008, na cidade de Porto Velho, Rondônia.

 

        É dito que todo ser humano, na sua trajetória de vida, deve, no mínimo, plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho, coisas que já fiz. Bom, não sei se isto é verdade, ou qual seria a ordem cronológica desses acontecimentos, mas ouso acrescentar que a vinda de um neto(a) é algo muito especial, como se nosso legado estivesse perpetuado numa terceira geração.

 

        Além do mais, ser avô, a meu ver, é aquela situação em que a pessoa tem inúmeros direitos de bagunçar e nenhuma responsabilidade de educar. É fazer todas as estripulias que, às vezes, nem praticou com a própria prole, mas com esses descendentes não consegue evitar. Difícil ter forças para recusar um pedido (ordem?) de um(a) neto(a).

        Dizia o famoso médico, professor e escritor estadunidense Oliver Wendell Holmes (1809/1894) que “nós não paramos de brincar porque envelhecemos, mas envelhecemos porque paramos de brincar”. Nesse sentido, acredito que os netos renovam nos avós a alegria da vida, o lúdico, a sensação de eternidade.

        Desconheço se exista algum pai ou mãe linha dura que, por mais que disfarce, não se torne um “babão” quando pega no colo os pimpolhos presentados pelos filhos. Na infância, eles fazem o que querem dos avós; na adolescência, a fase atual da minha primeira neta, imagino que os interesses possam ser outros, com algum distanciamento, mas, se depender de mim, quero continuar sempre presente na vida deles.

        Deus sabe, na sua infinita sabedoria, que amo minha família, mas tenho que confessar que mantenho em meu coração um lugarzinho muito especial para os meus, até agora, três netos – duas meninas e um menino, e com mais especialidade ainda para Alice, a Primeira, a quem faço votos de uma vida longa e próspera, com as bênçãos divinas perenemente presentes.

        E, na época certa, que venham os bisnetos. Estarei aqui para aprontar com eles. Afinal, conforme visto alhures, envelhecemos porque paramos de brincar. E na expressão poética de Vinícius de Moraes, em Samba da Benção, “É melhor ser alegre que ser triste/Alegria é a melhor coisa que existe/É assim como a luz no coração".

        Brinquemos com alegria, pois!

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