segunda-feira, 20 de julho de 2020

Leituras




        Que eu gosto de ler, muito, até as pedras das ruas sabem, principalmente quando estamos atravessando esses tempos diferentes e inéditos em que sair da clausura é por conta e risco de cada um, apesar de já haver alguns sinais de que a epidemia está recrudescendo. Esperemos que seja verdade.

          Enfim, desde março, quando a quarentena teve início, andei investindo uns trocados em livros, comprados, principalmente, em sebos virtuais, até porque economizar uns cobres não faz mal a ninguém.

           Hoje resolvi fazer uma limpeza na mesinha de cabeceira e encontrei 12 livros lidos no período, o que dá uma média de três por mês. Não sei se isso me faz um leitor inveterado, mas acho que é uma quantidade razoável. Vou relacioná-los, a título de ilustração para quem possa interessar.

A agulha oca e Ladrão de casaca, ambos de Maurice Leblanc, editado pelo Círculo do Livro: só conhecia de nome a obra deste escritor francês, e seu famoso ladrão-cavalheiro Arsène Lupin. Um bom entretenimento, para quem gosta de aventuras de época (França, século XIX). Divertimento garantido.

História social do jazz, de Eric J. Hobsbawm, com prefácio de Luís Fernando Veríssimo, Editora Paz e Terra: o famoso historiador inglês publicou pela primeira vez este livro com o pseudônimo de Francis Newton, na década de 60. É uma obra que exige atenção na sua leitura, mas muito bem escrita, com toda a competência e erudição peculiar ao autor.

A porta de bronze e outros contos e O sono eterno, os dois de Raymond Chandler, o primeiro da Editora Record e o segundo da L&PM: junto com Dashiell Hammett, Chandler é meu escritor favorito no gênero policial, principalmente as aventuras do detetive Philip Marlowe, casos, muitas vezes, da própria vivência dele, que, em determinada época da vida, foi investigador particular. Mais ou menos no estilo de “a vida como ela é”, de Nelson Rodrigues.

As minas do Rei Salomão, Ela e Ayesha, a volta de Ela, todos de H. Rider Haggard, edições da Editora Scipione (os dois primeiros livros) e da Editora Record (o terceiro): esses são clássicos da literatura de aventura, do famoso explorador inglês Sir Henry Rider Haggard, que percorreu longas extensão da África e da Ásia na época em que o Império Britânico estava no apogeu. Apesar de seu viés colonizador, são epopeias daquelas que dá vontade de ler de uma tacada só. Recomendo.

O gene egoísta, de Richard Dawkins, Companhia das Letras: trata-se de um estudo desse famoso cientista africano (nasceu no Quênia), mas que, atualmente, mora na Inglaterra, em que a famosa Teoria de Darwin é apresentada na linha da “biologia evolucionária”. Quem acredita em Deus, conforme é meu caso, precisa estar disposto a enfrentar alguns temas que podem chocar com suas próprias convicções.

O ladrão no fim do mundo, de Joe Jackson, Editora Objetiva: o livro narra como um inglês (Henry Wickham) roubou 70 mil sementes de seringueira e acabou com o monopólio do Brasil sobre a borracha, no que ficou considerado como o primeiro caso de biopirataria ocorrido no mundo. Não é de hoje que a Amazônia é espoliada.

Chico Mendes – um grito no ouvido do mundo, de Nilo S. Melo Diniz, Appris Editora: trata-se da tese de mestrado do sociólogo Nilo Sérgio Melo Diniz, abordando como a imprensa mundial cobriu a luta dos seringueiros a partir do episódio em que foi assassinado o líder sindical acreano. Apesar do objetivo acadêmico, tem leitura fácil.

Sobre a escrita – a arte em memórias, de Stephen King, Suma de Letras: o famoso escritor de terror apresenta, de maneira simples e direta, suas observações sobre a labuta literária, como se estivesse dando uma palestra ou uma aula para quem almeja se tornar um escritor. Vale a pena, mesmo para quem não é do ramo.

          Agora, dando continuidade a esse divertimento/aprendizagem que é ler, resolvi encarar um calhamaço de 892 páginas intitulado O Faraó, escrito pelo polonês Boleslaw Prus, que narra a história de ascensão ao trono e do reinado do fictício Ramsés XIII. A obra é famosa mundialmente, chegou a ser adaptada para o cinema, em 1966, por Jerzy Kawalerowicz, concorrendo ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Por enquanto, já venci a introdução, mas não estou com pressa nenhuma.

          Inté!

         

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