Eis que o popular esporte bretão
voltou. Pelo menos no já nem tão famoso Campeonato Carioca, mas noticia-se que
em outras paragens os clubes também foram autorizados a reiniciarem suas
disputas regionais, enquanto aguarda-se a primeira rodada, em agosto, do
Brasileirão 2020, o ano que, para alguns, ainda não começou.
Interesses econômicos, o que não é
novidade, colocaram-se acima dos cuidados sanitários. Sem público nas partidas,
uma outra disputa de cunho monetário aflorou: quem pode autorizar a transmissão
dos jogos? O Governo Federal editou uma polêmica medida provisória que deu às
equipes mandantes o direito de negociar com terceiros, ou até mesmo montar sua
própria emissora, como já o fizeram Flamengo e Fluminense, a veiculação das
imagens.
Tudo muito bonito, tudo muito
certinho. Resta saber se essa era, realmente, uma prioridade nesses tempos
ainda pandêmicos. Aquela velha máxima romana do panis et circenses parece
passível de aplicação nesse caso concreto, não que eu seja contra o futebol ou
o esporte de uma maneira em geral, mas ninguém sabe o que pode acontecer com o
retorno aparentemente tão precipitado, dando a impressão de que os jogadores,
tal qual os antigos gladiadores, foram lançados à arena e entregues à própria
sorte.
Na Europa, é certo, também foi
autorizado o recomeço das principais disputas, com muitas regras sanitárias. Por
aqui, a Confederação Brasileira de Futebol preparou uma cartilha com o
protocolo de segurança necessário, prevendo, entre outras coisas, o seguinte: portões
fechados; uma equipe entrando antes da outra; após o intervalo, a ordem de
retorno dos times ao campo se inverte; todos os atletas serão testados 48 horas
antes das partidas para evitar o descontrole de contaminação do vírus.
Além disso, nada de abraços após um
gol e não é permitido cuspir no gramado. Ao final de cada contenda, os atletas
não podem tomar banho no vestiário e devem ir para casa em conduções
individuais vestindo o próprio uniforme, que serão lavados nas respectivas
residências. Na teoria, uma beleza. Porém, nos dois jogos que passaram recentemente
(Flu x Fla e Fla x Flu), pelo menos uma regra não foi obedecida fielmente: no
momento dos gols ocorreu confraternização para todo o lado. Discretas, mas
aconteceram.
Sabe-se que disciplina, de uma maneira
geral, não é o forte do povo brasileiro. Os jogadores, em tese, entram em campo
sem sintomas e inexistindo a presença do vírus na corrente sanguínea, assim como as
demais pessoas autorizadas à presença física nos estádios (comissão técnica, imprensa,
árbitros e outros). Até um dia desses era presumido por alguns setores influenciadores
nacionais que o perfil de atleta fosse quase uma imunidade contra a doença, o
que, contudo, na prática, se revelou inverídico.
Enfim, se está havendo forçação de
barra ou não somente o tempo dirá. Enquanto isso, me rendo ao espetáculo
futebolístico na telinha.
Afinal, ninguém é de ferro – a não ser o
Robert Downey Jr.
E daqui do meu sofá, entre uma batatinha ou
uma pipoquinha e outra, com a graça de Deus, estou imune ao coronavírus, pois
não se tem notícia de contaminação por ondas de rádio ou sinais digitais de
satélites.
Então, que role a pelota. E bola na rede, de
preferência a favor do meu Mengão.
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