Nesses tempos pandêmicos surgem
notícias de todos os tipos, relatando vivências e situações que as pessoas
comuns enfrentam para aguentar o sentimento de desamparo que possam estar
enfrentando, muitas das vezes por conta de situação financeira difícil e
solidão ou afastamento dos entes queridos.
Considerando que o país, de uma
maneira geral, mostrou-se completamente despreparado para enfrentar o vírus, o
povo busca se agarrar na fé. Uma outra opção, que tem tido alguma ênfase, são os
vídeos motivacionais ou artigos amplamente divulgados nas redes sociais, apesar
de haver um índice muito maior de notícias negativas.
Bom, eu não sou um influenciador, e
nem tenho essa pretensão, mas, aqui do meu cantinho, vou dar um pitaco em
relação a esse drama mundial, fundamentando minha modesta opinião numa música já
considerada clássica e que me parece bem apropriada para esse momento
histórico. Trata-se de Como uma onda no mar, composição de autoria de
Lulu Santos e letra de Nelson Motta.
Diz a peça musical:
Nada
do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa, tudo sempre passará
A
vida vem em ondas, como um mar
Num indo e vindo infinito
A singeleza desses primeiros versos mostra que as coisas
simples têm nuances filosóficas impossíveis de captar numa rápida passada de
olhos. Nada do que foi falado é novidade, de tão óbvio, mas, por isso mesmo,
aponta esse traço fundamental, e nem sempre lembrado, na nossa existência: o
eterno movimento. A vida segue o seu trâmite, mesmo que a gente não faça nada,
numa perene renovação, no fluxo e refluxo, ambos constantes e ininterruptos.
Tudo
o que se vê não é
Igual ao que a gente viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo no mundo
Da mesma maneira que numa fração de segundos qualquer um
pode morrer, seja qual for a causa, também é possível resolver problemas
internos em poucos minutos, pois a maneira como se vê determinada situação é
que define como ela será resolvida. O foco que for ajustado apontará o rumo,
uma vez que o ontem é apenas uma referência, pois o futuro será definido pelo
presente.
Não
adianta fugir
Nem mentir pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro, sempre
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Ninguém consegue se livrar do que tem que resolver, a não
ser que resolva. Pode-se se tentar enganar o outro, mas cada um sabe, com toda
certeza, onde o sapato aperta. Não se enrola a sim mesmo. O melhor mesmo é
encarar o que for de frente. Conforme já dito, a vida não para só porque alguém
possa estar parado. É preciso acompanhar o ritmo, agora e sempre, como uma onda
no mar no movimento incessante das marés.
Dessa maneira, a meu ver, é que devemos dar conta desse
isolamento social – sabendo que vai passar, e quando passar as coisas não serão
mais tão iguais. Precisamos estar preparados para o porvir.
Por isso que um amigo meu, já falecido, dizia: “Viver é
bom, mas saber viver é melhor ainda”.
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