Eu tinha prometido a mim mesmo que não
voltaria a este assunto, mas os acontecimentos dos últimos dias me forçam a
escrever novamente sobre o tema mais polêmico do momento: o coronavírus, suas
formas de tratamento e jeito de evitá-lo.
O Sr. Nelson Teich nem esquentou a
cadeira no Ministério da Saúde e já jogou a toalha, imprensado que foi pelo
chefe para liberar o isolamento social e autorizar, oficialmente, o uso da
cloroquina como protocolo governamental para tratamento da covid-19.
Obviamente, qualquer ser minimamente
pensante já percebeu, faz tempo, que as autoridades brasileiras, principalmente
as mais importantes, estão fazendo dessa situação um meio de angariar cacife
político que possa ser usado como moeda de troca na eleição presidencial de
2022. Incrível, né mesmo?! Gente morrendo e os ditos líderes nacionais trocando
ofensas pelas redes sociais.
Alguns outros menos cotados, que
ocupam cargos medianos, fazem da pandemia um meio de driblar as regras de
licitações e, se aproveitando das normas excepcionais já autorizadas, estão
contratando obras e fazendo compras de suprimentos com apaniguados e
conseguindo, digamos, um “agrado”.
Esses dias, um amigo meu, que estava em casa
cumprindo a quarentena, foi chamado para limpar a mesa porque o órgão público de
sua lotação, repentinamente, estava iniciando uma reforma total do prédio onde
está sediado. Coisa absolutamente necessária, imagina-se.
E o lockdown? Palavrinha do
idioma inglês que entrou no cotidiano dos trópicos. Dizem que tem gente
pensando até em batizar o filho com esse nome. Pura maldade, se é que a maldade
pode ser pura. Quer dizer: depois de mais de dois meses de bloqueio parcial,
apesar das manifestações em contrário, não se sabe se espontâneas ou
fabricadas, alguns lugares implantam o fechamento total de ruas e comércio. No
Brasil, porém, isso parece ficção ou fantasia: no primeiro dia da medida em
Belém do Pará, noticiou-se que o Mercado do Ver-O-Peso estava lotado. É para
rir ou chorar?
Finalmente, chegamos à cloroquina, que
“é um medicamento usado no tratamento e profilaxia de malária em regiões onde a
malária é susceptível ao seu efeito. Em alguns tipos de malária, estirpes
resistentes e casos complicados geralmente é necessário administrar outros
medicamentos” (Wikipédia). Atualmente, o debate gira em torno
de sua eficácia no tratamento e cura do vírus pandêmico.
Enquanto
uns dizem que o fármaco é a panaceia tão esperada, os mais comedidos alegam a
inexistência de testes científicos conclusivos. Lá em Porto Velho, onde morei
34 anos e tenho inúmeros amigos(as), me dizem que a quina-quina, vendida por
raizeiros, está sendo usada regularmente como preventivo do coronavírus. Se
funciona para esse caso específico, não sei, mas, por experiência própria, digo
assim: não duvidem da eficiência dos fitoterápicos.
Dessa
maneira, enquanto os homens exercem seus podres poderes, como diria Caetano
Veloso, os pobres mortais (e bota mortal nisso) correm atrás do prejuízo, na base
do cada um por si e Deus por todos. Aliás, a esta altura do campeonato, acho
que o melhor é isso mesmo: liberar geral. Quem quiser ficar em casa, fica. Quem
quiser sair, pode sair. Quem quiser ingerir cloroquina, que o faça. Em um mês,
ou menos, saberemos quem tem/tinha razão.
Se
sobrar alguém.
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