Um amigo meu, versado em tecnologia da
informação, andou me atualizando sobre alguma das diversas coisas que acontecem
no mundo tecnológico, atualmente, e em relação as quais não tenho acesso, a uma
por desinteresse natural, a duas porque esse universo binário mecânico me
parece um tanto complicado, em sua essência, apesar, como já disse
anteriormente, numa crônica anterior, de reconhecer as suas muitas utilidades
práticas.
Enfim, já existe em países do
hemisfério norte tecnologia suficiente para a pessoa, de dentro do próprio
carro, quando sair do trabalho, por exemplo, dar um comando para que, em sua
casa, as luzes se acendam ou o forno ligue e fique aquecendo, ou a televisão
acesse determinado canal.
Achei deveras interessante, mas, ao
mesmo tempo, preocupante, um esquema de vendas de determinada loja virtual que
garante, em algumas cidades dos Estados Unidos, a entrega do produto adquirido até
uma hora após a finalização do pagamento.
Tudo porque a empresa possui um
algoritmo que, com base nas informações anteriores de acesso do eventual
comprador em toda a internet, sabe suas preferências, itens mais pesquisados,
cores prediletas e outros itens complementares, e tem condição de, digamos, “adivinhar”,
qual o produto será adquirido daquela vez, com margem de acerto de 80%, que me
parece um índice bastante razoável.
Ao mesmo tempo que tudo isso, e outras
coisas mais, está facilitando enormemente a vida das pessoas, pelo menos parte
delas, pois ainda existem milhões que não têm nem água potável em casa (mas aí são
outros quinhentos), o avanço da dita inteligência artificial, conforme afirmado
alhures, me causa preocupação.
Muitos visionários profetizaram a vitória da máquina sobre o ser humano. Me recuso a acreditar nisso. Mas quer
me parecer que é grande a possibilidade de homens dominarem outros homens com a
utilização de equipamentos de controle social. É cediço que informação é poder –
talvez, por isso, vocês sabem quem esperneia tanto para saber de tudo o que
acontece ao seu redor.
Imagino, hoje em dia, que as grandes
corporações mundiais possam, efetivamente, acumular milhares de dados sobre
cada ser humano, até porque satélites que circundam o planeta possuem
capacidade de visualizar um alfinete no chão de uma rua em qualquer continente.
Nossa privacidade está tendo seu espaço
reduzido, e não seria surpresa, num regime ditatorial, por exemplo, que o
cidadão nem precisasse ser confinado numa cela; bastaria um chip introduzido por
baixo da pele e algumas câmeras na sala, no quarto e na cozinha e pronto: 24 horas
de monitoramento. Como se fosse o BBB saindo da televisão para a vida real.
Espero que se criem mecanismos de controle,
pois, caso contrário, haverá um “olhão” acompanhando nossos passos até em
momentos de necessidades fisiológicas ou encontros íntimos.
É o voyeurismo chegando
às últimas consequências. Lamentável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário