quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Trostky




Acabei de assistir Trostky, série disponível na Netflix. São oito capítulos de uns 50 minutos, mais ou menos, cada um. Produção da televisão russa. Levei uns dez dias para ver tudo. Gosto desses seriados, mas não tenho tempo e nem disposição para ficar fazendo maratonas na frente da TV.

        Diga-se de passagem, se a gente não tomar cuidado acaba ficando meio viciado nesse tipo de programa, pois, em grande parte, são todos muito bem feitos, por profissionais competentes, roteiros elaborados e com atores de qualidade. Bom divertimento para pessoas notívagas, conforme é meu caso.

        Confesso que sabia pouca coisa sobre esse revolucionário de família judaica. No Google existem muitas informações falando do sucesso da série na Rússia, mas, também, ressaltando algumas inverdades históricas, como o inexistente encontro entre Trostky e Freud, isso mesmo, Sigmund, o austríaco considerado o pai da psicanálise. Mas encontram-se também teses garantindo a veracidade deste fato.

        Da minha perspectiva atual (62 anos de idade, com um passado, nos anos 80, de cinco anos de luta sindical permeada por ideologias de todas as matizes e, hoje, espírita) me coloco na posição de que nenhum extremismo (esquerda, direita ou o rótulo que tiver) é bom ou pode ser útil para atender às necessidades de um povo. Governo, seja municipal, estadual ou federal, independentemente do nome, que faz aquilo o que a população necessita, é o melhor.

        Mas na época (1917 e anos seguintes) e naquela situação imagino que não havia muito o que se fazer de diferente. Historicamente, a meu ver, toda revolução tem seus momentos de terror. Na extinta URSS durou bastante tempo. Se Trostky tivesse vencido a luta interna do Partido Comunista com Stalin, após a morte de Lenin, as coisas seriam diferentes? Não se sabe. Me pareceu que o roteiro do seriado quis passar esta ideia, mas tudo são especulações.

        Porém, enquanto, digamos, show, gostei para caramba. Sou aficionado por História (quem sabe ainda faço um mestrado na área), pois entendo que serve para entendermos o presente e projetar o futuro. E esses personagens são fascinantes. Mostram facetas comuns a todos os homens e mulheres e, além disso, demonstram um lado de coragem e de superação. Lutam com unhas e dentes por tudo aquilo em que acreditam.

        E isso também se vê presente na pessoa comum. O mundo está cheio de gente (pode até ser um vizinho) que enfrentou dificuldades e deu a volta por cima, construiu uma vida e uma família. Não é famoso. Não liderou uma revolução. Não apareceu na mídia. Mas é respeitado. Não deve e não teme. Morre tranquilo, sabendo que deu o melhor de si para viver em paz com todos.

Esses são os verdadeiros heróis.








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