Diz o ditado que se arrependimento
matasse, muita gente já teria morrido. Eu, inclusive.
Diuturnamente se escuta alguém afirmar
que se tivesse feito isso, a coisa teria sido diferente. Se tivesse feito
aquilo, a situação estaria melhor. As pessoas querem justificar situações ou
acontecimentos, geralmente os que não são bons, por opções equivocadas. Ledo
engano.
Não existe castigo. Nossas escolhas
determinam as consequências. Ação e reação. Tese, antítese e síntese. A
aparente desordem do Universo esconde, e mostra, a organização que permeia o
que acontece. Tudo é nada. Nada é tudo.
Milhares de anos atrás, Heráclito de Éfeso (540-470 a.C.) afirmava que "não se pode
banhar-se duas vezes no mesmo rio porque nem as águas e nem você permanece o
mesmo". O que aconteceu há um minuto já é passado. O que acontecerá no
minuto seguinte é futuro. A realidade é o presente.
Assim,
o caminho que é trilhado deve ser muito bem preparado. Devagar se vai ao longe,
ensina a sabedoria popular. E mais: toda longa caminhada começa com o primeiro
passo, pensamento filosófico ora atribuído a Buda e ora dito ser de autoria de
Lao Tsé.
Mas isso
(quem disse) é o menos importante. O interessante é a gente conseguir se
conectar com esse caos/ordem para, através da expansão da nossa consciência, alcançar
o verdadeiro, a meu ver, sentido da vida: paz.
Por
mais sem lógica que a natureza possa, às vezes, parecer é absolutamente
impressionante como, a cada dia, se descobre a conexão que integra tudo quanto
existe. O devir, esse fluxo
permanente, movimento ininterrupto, atuante como uma determinação geral do
universo, que dissolve, cria e modifica todas as realidades existentes, é prova maior da existência de uma força criadora e superior.
Lavoisier,
há mais de 200 anos, exarou a sua famosa lei natural: “Na Natureza nada se perde, nada se cria,
tudo se transforma".
E o ser humano, parte integrante e
principal dessa harmonia universal, apesar de tentar, pelo menos alguns,
bagunçar com o coreto, está começando a chegar à conclusão de que ao contrário
de procurar atrapalhar é imprescindível que dê curso à ordem natural das coisas,
pois, mesmo que ainda não saiba ou sinta, “o Universo,
com certeza, está evoluindo como deveria” (Desiderata, Max Ehrman).
Portanto, para
não chegar ao fim da vida com o coração carregado de sentimentos atribuídos ao “se
isto...se aquilo...”, ou até ver nos outros os entraves que foram enfrentados,
sem soluções eventualmente alcançadas, é melhor encarar o mundo de frente,
sabendo que “o
dia de amanhã cuidará de si mesmo” (Sermão da Montanha).
Assim, em equilíbrio permanente, podemos ser um só no todo infinito.
Assim, em equilíbrio permanente, podemos ser um só no todo infinito.
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