Me
dei de presente um pequeno globo terrestre, de cinco centímetros de diâmetro.
Eu
possuo grande atração pelas ciências humanas, com especialidade geografia e
história. Comprei um Atlas apenas para ficar folheando e ver os mapas dos
países e dos continentes. Tenho por predileção ler biografias.
Até
hoje sinto vontade de fazer um mestrado nessa área, mas a coragem ainda não
chegou.
Nesses
tempos em que os terraplanistas estão divulgando amplamente as suas teses (as
redes sociais aceitam tudo), e que, segundo pesquisas, mais de 10 milhões de
brasileiros acreditam nesta hipótese, a esfericidade da Terra é questionada sem que, a meu ver, os
argumentos apresentados afastem a sua veracidade.
Deixo
esse debate para os especialistas. Quero me ater, tão somente, a falar um pouco
do tamanho e da diversidade desse mundão de meu Deus.
Olhando
o pequeno globo em cima da mesa é possível ter uma noção dessa dimensão. Existem
lugares que ainda não tinha nem ouvido falar, como a Ilha Gough, que pertence
ao Reino Unido e fica próxima às Ilhas Falkland (ou Malvinas), no Oceano Atlântico.
O que os súditos da rainha Elizabeth II querem com esse pedaço de terra tão
distante de casa?
Outra:
no Oceano Índico situa-se a Ilha Kerguelen, que faz parte da França. Mais abaixo
encontra-se a Ilha Mc Donald, que está sob o domínio da Austrália. Já no Oceano
Pacífico, os Estados Unidos detêm o controle das Marianas do Norte. No Caribe,
entre outras, localizam-se as Ilhas Virgens Britânicas e as Ilhas Virgens
Americanas. Imagino que há mais, pois nem todas devem estar relacionadas na minha
minúscula esfera.
Enfim,
aponta-se a existência entre 193 a 206 países soberanos, dependendo de quem faz
a conta, se a Organização das Nações Unidas ou o Comitê Olímpico Internacional,
por exemplo. Uma vida toda talvez não seja possível para conhecer fisicamente esses
lugares.
São
milhares de praias, montanhas, vales, rios e florestas cada uma mais bonita que
a outra. Incontáveis animais, pássaros, insetos e répteis. E, também, costumes
e manifestações artísticas inimagináveis para quem está distante.
Povos
que podem ter, entre si, semelhanças culturais, físicas, ideológicas e
religiosas, mas que denotam, também, traços sociais próprios. Em alguns casos,
opta-se por salientar as diferenças, advindo daí, a meu ver, os confrontos
políticos.
Vi
com bons olhos, à distância e apenas com a compreensão de uma pessoa comum, a
União Europeia, hoje combatida pela Inglaterra. Tenho a compreensão de que as
pessoas, sem as quais não existiriam territórios nacionais, devem se unir pela
igualdade. Sonhar com um mundo sem fronteiras ainda é um tanto utópico, mas
nada nos impede de pensar dessa maneira. Imagino que nos primórdios da
humanidade era assim.
Acredito
que o salto tecnológico que vivemos, trazendo inúmeras facilidades ao cotidiano
humano, tende a nos aproximar, eliminando diferenças de idiomas e derrubando
fronteiras. Afinal, “pátria”, com todo o seu apelo emocional, pode ser
substituída por “irmãos” e “irmãs”, independentemente de raça, credo ou cor.
Todos
somos gerados e nascemos da mesma maneira. Tanto faz ser europeu, americano,
asiático ou africano que vivemos e morremos de forma semelhante, seja rico ou
pobre. Sentimos as mesmas coisas, com reações físicas de fome, frio ou calor, emoções
de tristeza ou alegria idênticas.
Por
quê, então, o mundo não pode ser um só, sem divisões territoriais? Somos hoje
cerca de 7,7 bilhões de habitantes (dados estimados para abril/2019). A ONU prevê
que seremos 11,2 bilhões em 2100. É muita gente, com
tendência de crescimento. Haverá espaço para todos?
Sim, mas somente se a paz for instalada, porque, em caso
contrário, nesse formigueiro de gente, quem vai querer sair de casa para ficar
esbarrando com as pessoas na rua? Daí a minha crença que quanto mais o tempo
passa, mais caminhamos para a igualdade, apesar de aparências em sentido contrário.
Quem
viver, verá!
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