Dia
desses, numa tarde fria e úmida, olhando para a beleza impressionante das
praias centrais de Guarapari, me lembrei dos meus tempos de garoto em férias e, não sei
por que, da famosa, na época, boia de pneu de caminhão – na verdade, era só a câmara
de ar.
Pois
é. Não sei nem se alguém ainda usa boia de pneu de caminhão, mas era uma
atração muito especial, tanto pela novidade quanto à possibilidade de se
divertir entre um mergulho e outro. O menino que chegasse na praia arrastando
um brinquedo desse se tornava logo o dono do pedaço.
O legal
que causava tanta motivação é que na boia de pneu de caminhão cabia mais de uma
pessoa. Aguentava mais ou menos uns cinco jovens. Por conta disso, era uma
alegria só participar da festa.
Uma
vez, acho até que foi um adulto, mas não tenho certeza, apareceu uma pessoa
trazendo uma boia ainda maior. Disseram que, desta vez, tinha sido usado pneu
de trator. Dessa aí não tive acesso. Coube um bocado de gente.
Tem
um detalhe: o pito da câmara de ar tinha que ficar para baixo, ou seja, dentro da
água, para evitar acidentes.
Tecnologia
cabocla.
Originalidade
Manhã de domingo sonolenta e acompanhei minha amada neta
Alice no teste de remo que ela ia fazer. Foi na praia do Morro. Era uma canoa
havaiana, na verdade duas, amarradas uma na outra - estilo catamarã. Seis remadores em cada uma.
Tudo certo, iria iniciar minha caminhada em terra firme quando fui surpreendido
pela informação de que havia uma vaga disponível, e ela era minha (como se eu quisesse...).
Para não fazer feio resolvi encarar o desafio. Foram
11.200 metros, ida e volta, com intervalo para um lanche reforçado. Tem que ter
disposição e força no braço, entre um hip e outro. Saímos da praia do Morro, passamos embaixo da
ponte e entramos no canal, que é um braço de mar rodeado de manguezais. No
retorno, um vento forte atiçou as ondas, que se tornaram um pouco maiores e
mais intensas. Porém, sem perigo. Os remadores mais experientes deram conta do
recado.
Já próximo do ponto da praia onde iríamos aportar
presenciei uma cena inédita, pelo menos para mim. Havia uma escuna de turistas.
Da beira mar um cidadão colocou seu carrinho de picolé em cima de uma prancha
de stand up e partiu rumo aos clientes embarcados. Impressionante a
disposição do rapaz para garantir o seu ganha pão. Comentou-se, depois, que tem tempo desde que ele começou essa, digamos, atração turística.
Não sei se é um trabalho muito árduo, ou até
mesmo compensador, mas uma coisa eu garanto: sem dúvida, é bastante original.
Bons ventos!
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