Depois de dois dias nublados, com um vento frio
assobiando na varanda, como se o inverno estivesse relutando em passar o bastão
para a primavera, eis que o Sol surge esplendoroso nesta manhã de final de
setembro.
Os primeiros raios dourados cobrem com uma linha reta por
cima do mar o alvorecer primaveril. Depois, a luz se torna branca, ocupando
toda a linha do horizonte e brilhando com total intensidade. As primeiras
nuvens ocupam o céu sombreando a água, que fica com uma tonalidade esverdeada.
Bem-te-vis entoam seu canto próximo à janela, enquanto
pequenos canários amarelos também cruzam os ares anunciando o amanhecer. Tudo é
harmonia.
A rotina natural das coisas, repetida ao longo de
centenas e/ou milhares de anos, nunca deixa de impressionar. Mesmo que se veja
a vida toda, do mesmo lugar e na mesma hora impossível dizer que é sempre
igual. A cada vez percebe-se uma nuance diferente, um detalhe ainda inédito,
uma coloração renovada.
Pequenas coisas com grandes significados, energizando
corações e mentes para o labor diário. Que bom se todos pudessem acordar com
tão grandioso espetáculo, aproveitando as maravilhas divinas para a alegria e a
prática do bem. Em todo o planeta, no mar ou no sertão, no sul ou no norte, nas
montanhas ou nos vales o espetáculo da aurora é uma oferenda de Deus partilhando
esperanças.
Sem dúvida, prova inquestionável da existência de um Pai superior.
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