quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Alvorecer




            Depois de dois dias nublados, com um vento frio assobiando na varanda, como se o inverno estivesse relutando em passar o bastão para a primavera, eis que o Sol surge esplendoroso nesta manhã de final de setembro.

            Os primeiros raios dourados cobrem com uma linha reta por cima do mar o alvorecer primaveril. Depois, a luz se torna branca, ocupando toda a linha do horizonte e brilhando com total intensidade. As primeiras nuvens ocupam o céu sombreando a água, que fica com uma tonalidade esverdeada.

            Bem-te-vis entoam seu canto próximo à janela, enquanto pequenos canários amarelos também cruzam os ares anunciando o amanhecer. Tudo é harmonia.

            A rotina natural das coisas, repetida ao longo de centenas e/ou milhares de anos, nunca deixa de impressionar. Mesmo que se veja a vida toda, do mesmo lugar e na mesma hora impossível dizer que é sempre igual. A cada vez percebe-se uma nuance diferente, um detalhe ainda inédito, uma coloração renovada.

            Pequenas coisas com grandes significados, energizando corações e mentes para o labor diário. Que bom se todos pudessem acordar com tão grandioso espetáculo, aproveitando as maravilhas divinas para a alegria e a prática do bem. Em todo o planeta, no mar ou no sertão, no sul ou no norte, nas montanhas ou nos vales o espetáculo da aurora é uma oferenda de Deus partilhando esperanças.

            Sem dúvida, prova inquestionável da existência de um Pai superior.

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