quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Pequenez e grandeza humanas

Esses dias a minha querida esposa, Jussara, com a sensibilidade própria de quem é artista plástica, fez uma foto (me apropriei para ilustrar esta crônica), em que aparecem lado a lado o meu tênis número 40 e os delicados sapatos de minha neta, Kiara, de um ano e seis meses.

Me pareceu que a fotografia, além do registro de um aspecto da vida cotidiana de minha família, transpareceu uma simbologia sobre o ser humano, da sua pequenez à sua grandeza.

Eu, na espiral da vida começando devagarinho a descer a ladeira, e a filha da minha filha iniciando a sua jornada ascendente, com tantas coisas ainda por vir. Aquele sapatinho como se retratasse o micro; o meu Olympikus, representando o macro.

O micro, não só da criança em relação ao macro, que é o adulto, mas do homem e da mulher (micro) soltos na imensidão do universo (macro) ainda em expansão (vide a lei de Hubble), de tamanho imensurável.

O ser humano carrega dentro de si essa dicotomia: pequenez e grandeza. Perante o cosmo, não representa quase nada. Contudo, traz consigo a capacidade de estudar e compreender todas essas coisas. Por isso, domina o planeta Terra, e quer ir ao infinito.

Essa raça de bípedes tem exemplares que praticam atos sórdidos que beiram o inexplicável. Atitudes e palavras maldosas, que machucam física e emocionalmente, e, não raras vezes, causam danos irreparáveis, ou que perduram ao longo de anos. Vidas inteiras podem ser afetadas por atos inconsequentes.

Mas existem também aqueles e aquelas que demonstram altruísmo e coragem ímpares. Feitos do mesmo barro que os outros agem de uma forma diferente, como se a mesquinharia de uns servisse apenas para lhes dar a força necessária para servir, compreender, construir e amar incondicionalmente.

Perante Deus, somos todos iguais. O que nos diferencia é tão somente aquilo que praticamos ou falamos, palavras ou ações. Ser pequeno ou grande é apenas uma questão de escolha. Depende de qual lado alimentamos. O livre arbítrio nos dá o direito de ter essa opção. Mas é preciso cuidado, pois a linha que separa uma estrada da outra - a luz da escuridão -, é muito tênue.

Saibamos ver para escolher certo.

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