Esses
tais de smartphones de vez em quando pregam uma peça nos usuários que nasceram
no século passado, o que é o meu caso, diga-se de passagem. Tem hora que os danados
parecem ter vida própria, e fazem o que querem. Mas não sou o único a enfrentar
dissabores no manuseio desses celulares cada vez mais complexos e cuja função
primordial – servir de telefone móvel – vai ficando em segundo plano conforme
acontece o avanço tecnológico.
Afinal,
toda a vida de uma pessoa pode estar contida num bichinho daqueles. Fotos e
mais fotos, atuais e de eventos passados, que podem ser escaneadas.
Documentação pessoal, inclusive CRLV e CDT/CNH, ocupa espaço na memória dos
aparelhos. Aplicativos bancários não são mais novidade. Tem de tudo: música,
jogos, mensagens, restaurantes, farmácias. Qualquer coisa que se precisar.
Mas
esse arrodeio todo é para falar de um acontecimento ocorrido com a pessoa que
mais amo na vida, cujo nome não posso declinar para não criar uma DR. Ela,
inclusive, já me bloqueou no celular. Falou que foi sem querer. Acredito.
Possível acontecer com qualquer um. Recentemente, porém, andou reclamando que a
tela do celular dela tinha ficado “de cabeça para baixo”. Os ícones estavam
invertidos, realmente, e parecia ser uma situação que exigia a atenção de um
suporte técnico especializado.
Depois
de uns dias buscando uma solução, recebemos a visita de um de nossos genros,
rapaz novo, da área de TI, perfeitamente capaz de resolver o problema. Após
olhar o celular e admitir que, realmente, era uma situação inédita, começou a
mexer numa coisa e em outra. De repente, desatou a rir sem parar. Eureka,
poderia ter exclamado a exemplo do matemático grego Arquimedes de Siracusa.
Na
verdade, o que estava de “cabeça para baixo” era a capa de proteção. Sabe-se lá
como, aquela cobertura plástica que cobre a parte traseira do celular tinha
sido colocada em posição invertida. Assim, o local de conectar o carregador
ficou “para cima”, e a pobre inocente virava o celular para deixá-lo na posição
correta, ou seja, na parte inferior, fazendo com que as funções que apareciam
na tela dessem a impressão de que estavam voltadas para baixo, de ponta-cabeça.
Durma-se com um barulho desse.
Um
típico caso de B.I.O.S: Bicho Ignorante Operando Sistema.
Espero
não levar um celular na cabeça, porque aí o prejuízo vai ser duplo: um
machucado e a compra de um aparelho novo.
Deus
me livre.
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