Descrito como “filósofo do futebol”,
Antônio Franco de Oliveira, mais conhecido por Neném Prancha, foi roupeiro,
massagista, olheiro e treinador do Botafogo carioca, seu clube do coração. Morreu
em 1976, aos 69 anos de idade, vítima de um infarto do miocárdio.
Autor de inúmeras frases com definições
do seu entendimento sobre o dito esporte bretão, uma das mais conhecidas é a
seguinte: “Quem pede tem preferência, quem se desloca recebe”.
(Dizem que foi o jornalista e ex-técnico
João Saldanha quem inventou a maioria dos bordões atribuídos a ele, mas,
parafraseando Nelson Rodrigues, “se os fatos provam o contrário, pior para os
fatos”).
Nessa tarde de segunda-feira, a seleção
brasileira parece ter incorporado os ensinamentos desse personagem dos gramados
cariocas, pois o primeiro tempo contra a Coréia do Sul foi basicamente isso:
deslocamentos e passes de primeira para o atleta melhor posicionado. Em trinta
minutos, 4 a 0 no placar.
O segundo tempo transcorreu em banho-maria.
Os asiáticos tiveram a sorte de acertar um bonito chute de fora da área e
fizeram um golzinho. Assim, o escrete canarinho segue adiante na Copa do Mundo do
Qatar, e vai enfrentar a Croácia, “campeã” em vencer disputas por pênaltis
desde o torneio da Rússia, em 2018.
Sexta-feira, portanto, uma vitória leva
à semifinal. Cresce a expectativa de ver o Brasil em campo dia 18 de dezembro
no Estádio Nacional de Lusail, localizado em Doha, onde será definida a seleção
campeã da atual edição da competição organizada pela Fifa. Lembrando, porém,
que ao passar pelos croatas, Neymar Jr. e companhia terão pela frente Argentina
ou Holanda.
Basta que Tite leia o livro Assim falou
Neném Prancha, escrito por Pedro Zamora, pseudônimo do brigadeiro Jocelyn
Barreto Brasil Lima, e instrua seu pupilos que “bola tem que ser rasteira,
porque o couro vem da vaca e a vaca gosta de grama”, lembrando ainda que “jogador
tem que ir na bola com a mesma disposição de quem vai num prato de comida”.
Simples assim.
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