E a seleção brasileira de futebol não aguentou os “ics”.
Modric, Kovacic, Perisic, Kramaric e,
principalmente, Livakovic, o paredão croata que fechou o gol, se trancaram na
defesa, cozinharam o jogo e foram para a segunda prorrogação nesta Copa (sem
contar as três vezes da edição de 2018, na Rússia), chegando à disputa de
pênaltis como se fosse a coisa mais normal do mundo, alcançando mais uma
semifinal.
Mesmo com o placar adverso desde o final
do primeiro tempo da prorrogação, a Croácia mostrou mais disciplina tática, com
destaque na parte defensiva, e uma paciência de Jó para se fazer de morta até
alcançar o empate. Colocar o inexperiente Rodrygo para cobrar a primeira
penalidade máxima foi uma temeridade, e deu no que deu.
Mas, como dizia o ex-técnico Dino Sani, na
época em que comandava o colorado gaúcho, “futebol se ganha, se perde ou se
empata”. Agora, o selecionado nacional iguala o jejum de títulos do período de
1970 até a conquista de 1994, considerando que a última taça, até aqui, foi
levantada em 2002 e a próxima Copa do Mundo será em 2026, ou seja, 24 anos de
seca.
Me parece que não haverá nenhuma comoção
tropical por conta deste resultado adverso. Afinal, tirando alguns exemplos
mais recentes, o brasileiro, de um modo em geral, parece que já está se
acostumando com ganhar ou perder, que, por óbvio, faz parte do jogo. E mais do
que isso, é uma condição inerente à própria vida, tão cheia de altos e baixos.
Muito se falará nos próximos dias sobre
as opções do Tite (“não levou Firmino”, “cadê o Gabigol?”, “para que tanto
atacantes?”). Entretanto, cabia a ele escolher, e assim o fez. Ainda bem que
tudo passará, e na 22ª edição da Copa do Mundo de Futebol, em 2026, cujas sedes
serão divididas entre Canadá, Estados Unidos e México, caso o Brasil consiga
passar pelas eliminatórias, a esperança estará renovada na busca do inédito
hexa.
Enquanto isso, quem ganhará no Catar?
Espero que seja uma seleção que ainda não tenha sido campeã nenhuma vez (tipo a
própria Croácia ou Marrocos) que se juntará, assim, aos outros oito países
(Uruguai, Itália, Alemanha, Brasil, Inglaterra, Argentina, França e Espanha)
cujos capitães já levantaram o caneco, em alguns casos mais de uma vez.
Esperemos, pois, a final no dia 18 de dezembro
de 2022.
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