Acordar. Abrir os olhos. Levantar.
Encarar o espelho. Lavar o rosto. Necessidades
fisiológicas.
Cumprimentos. Café. Agenda.
Sair. Voltar. Banho.
Almoço. Soneca. Trabalhar.
Jantar. Remédios. Leituras.
Televisão. Escrever. Dormir.
Quando não há surpresas (visitas dos
netos, por exemplo), ou aqueles compromissos que não são diários (academia,
médicos, supermercado, igreja), essa é a simples rotina de um cidadão
brasileiro, idoso, com sobrepeso e ainda com planos a realizar.
Ouço alguns jovens, principalmente
casais, reclamando do suposto enfado da
rotina, do tédio de fazer sempre a mesma coisa, dos problemas que isso causa
num relacionamento. Confesso que mesmo 20 anos atrás não sentia isso. O melhor
lugar do mundo para mim é minha casa, minhas pequenas manias e meu cantinho com
cada coisa em seu devido lugar.
Vejam o Sol, que cumpre sua missão
celestial sem atrasos ou falhas, nascendo e se pondo regularmente. Infalível. As
estações do ano, que se repetem ao tempo e hora nos termos regulamentares. O movimento
das marés, cuja forma incessante e contínua se torna tão previsível que se sabe
a hora certa do preamar e da baixa-mar.
Não sou contra aqueles que buscam sempre
uma novidade, mas acho que não se deve desprezar o dia a dia comum,
principalmente dos milhões de trabalhadores que cumprem jornadas exaustivas,
com horas de deslocamento de casa, na ida e na volta ao final do expediente.
Simplicidade não é mediocridade. Se
contentar com pouco não é ter a visão pequena. Conforme diria o ainda atual
escritor russo Leon Tolstói, “se queres ser universal, começa por pintar a tua
aldeia”. O macro e o micro interligados numa só unidade. O início e o fim num
círculo infinito. A paz que a calma traz.
Gostei, o simples é belo
ResponderExcluirE o belo é Deus.
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