Doença
é um negócio esquisito. Que coisinha incômoda.
A pessoa acamada, mesmo que seja um
simples resfriado (aliás, depois da pandemia qualquer gripezinha já causa
preocupação), fica chata (ou mais chata ainda), não quer muita conversa (ou
menos conversa ainda) e só tem um pensamento: ficar boa.
Quando a enfermidade atinge um ente
querido é mais preocupante, principalmente em se tratando de uma criança. Dias
desses, meu neto mais novo (por enquanto, segundo reza a lenda), estava com uma
morrinha danada. O menino tinha febre alta e só queria ficar deitado, nem
parecendo aquela usina de energia turbinada que não para quieto.
Olhar aquela criaturinha inerte doía no
coração da gente. Mas esses pequerruchos têm uma imensa capacidade de renovação
(afinal, o corpinho está novinho em folha), e logo ele se recuperou, voltando a
agir de forma natural, ou seja, mexendo em tudo. Que alegria!
Diz
um amigo meu que a doença é a desculpa da morte. Acredito, mesmo considerando
aqueles desastres naturais, acidentes e homicídios, pois todos eles têm, em
qualquer pessoa, uma causa mortis que pode ser classificada como uma
patologia. Se eu estiver errado, que me corrijam os especialistas em medicina
legal.
E o noticiário traz a
informação que o ator francês Alain Delon, dos mais queridos nas décadas de 60
e 70, atualmente com 86 anos, vai para a Suíça ingerir uma droga letal (Pentobarbital
sódico, potente sedativo, que deprime o sistema nervoso central e provoca morte
após alguns minutos), no que a legislação daquele país classifica como “suicídio
assistido”, que é diferente da eutanásia, na qual doentes em estado terminal
têm a vida abreviada pelos próprios médicos.
Segundo a
organização sem fins lucrativos suíça Dignitas, “em todos os casos, por razões
legais, o paciente deve ser capaz de realizar o último ato – ou seja, engolir,
administrar por sonda gástrica ou abrir a válvula do tubo de acesso intravenoso
– ele mesmo”.
O ex-galã teve
um AVC em 2019, mas está lúcido e manifestou sua vontade de morrer
expressamente, inclusive divulgando uma carta de despedida aos fãs. Diz o
ditado que cada um sabe onde o sapato aperta, mas sendo a morte inevitável, já
que, até onde se sabe, até hoje ninguém conseguiu evitá-la, não sei para que
acelerar esse processo, sem adentrar no mérito da situação de cada um. Deixemos o tempo seguir seu curso natural.
Como diz o
bordão do humorista Paulo Cintura, personagem da Escolinha do Professor
Raimundo, criação do genial Chico Anysio: “Saúde é o que interessa, o resto
não tem pressa”.
Vivamos, e
sejamos felizes.
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