O verão se despediu sem fazer alarde, e
o outono chegou também tranquilamente.
De forma natural, conforme sempre está
nos ensinado o Universo, a mudança de estação é sentida e observada por mim no
ângulo que os raios solares matutinos penetram na janela do meu quarto, na
posição da lua no horizonte, nas temperaturas mais amenas e na incrível beleza
de cores e transparência da água do mar.
Já faz alguns anos que entendo que os
meses de março, abril e maio são, na minha maneira de ver, a melhor época do
ano para se ir à praia, pelo menos aqui nessa região do litoral sul capixaba.
Guarapari é conhecido por suas águas
frias, mas nesse período o mar nos presenteia com uma tepidez impressionante,
nem quente e nem frio, quase mornas. Dá vontade de mergulhar e ficar imerso
naquela imensidão, tal qual um feto no útero materno.
Andar no calçadão, mesmo com as
restrições pandêmicas, adquire um prazer renovado, apesar da sujeira espalhada
(nesse domingo, por exemplo, encontrei restos de “festas”, tipo marmitas,
embalagens de pizza e copos descartáveis, largados embaixo de umas três
lixeiras, daquelas afixadas nos postes. Fico imaginando qual a dificuldade de
jogar o lixo dentro do recipiente próprio) e da ainda presente tensão de rostos
mascarados.
Mas os dias outonais brilham sem
ofuscar, dando início a mais um ciclo dessa transição anual dos movimentos da
Natureza, até, novamente, chegar ao ápice do estio, quando o Sol parece ocupar
o centro de todas as coisas. É a perfeição em seu esplendor.
Enquanto isso, quero aproveitar, na
medida do possível, a suavidade que antecede o inverno para que quando a
primavera chegar possa estar mais renovado junto com a explosão de flores e
vitalidade que promove o renascimento da nossa própria existência.
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