segunda-feira, 22 de março de 2021

 


         Minha irmã caçula, atualmente mais norte-americana do que brasileira, pois mora nos Estados Unidos tem uns 30 anos, se não me engano, está acompanhando este blog, na certa por falta de coisa melhor para fazer, principalmente nessa época de restrições sanitárias, isolamento social e vida reclusa, limitada, na maioria dos casos, às redes sociais.

 

         Questionou-me ela porque até hoje ainda não tinha escrito sobre a religião que escolhi para seguir, desde o ano de 1985, e que foi o motivo principal de minha mudança, junto com mulher e filhas, para a cidade de Porto Velho, em Rondônia, onde, conforme já relatei anteriormente, vivi por 34 anos até junho de 2019, quando retornei para o Espírito Santo e fixei residência em Guarapari.

 

         Pois bem. Na verdade, na crônica intitulada O Homem, postada em 10 de fevereiro de 2021, falei alguma coisa, na base do “pra bom entendedor, meia palavra basta”, que, desta vez, vou detalhar mais.

 

          Antigamente, em muitos cadastros que eram feitos, para fins diversos, constava um campo com a pergunta sobre a preferência religiosa do cidadão. Eu sempre colocava “católico”, apesar de não ser praticamente e nem frequentar as missas de domingo ou qualquer outro dia da semana. Era meio que uma tradição familiar, principalmente do lado materno.

 

         Me considerava agnóstico, ou seja, ficava em cima do muro, pois não tinha certeza da existência de Deus, mas, ao mesmo tempo, admitia que havia coisas sobrenaturais que não conseguia explicar. Sabe como é, na dúvida é melhor não arriscar. Lia muito sobre o tema e buscava alguma coisa que nem imaginava o que pudesse ser.

 

         Em junho de 85 fui convidado para participar de uma “reunião” na casa de um médico conhecido que havia trazido da Amazônia um chá misterioso. Na época, eu era, digamos, usuário de drogas ilícitas, e aceitei sem pestanejar, achando que seria uma “curtição” a mais. Ledo engano.

 

         Bebi aquele líquido amargo e tive uma das experiências mais fascinantes de toda a minha vida. Visões cinematográficas se misturavam com sentimentos e emoções ao ponto de me sentir como se estivesse renascendo naquelas horas de duração do efeito do Vegetal, nome que só aprendi posteriormente. Quis mais, e fui uma segunda vez, depois uma terceira e nunca mais larguei.

 

         Fiquei sabendo que o Vegetal teve origem, na sua forma institucionalizada, na cidade de Porto Velho. Para lá me mudei, de forma até repentina para meus familiares, e desci do muro. Hoje, me filio entre eles que têm a convicção da existência de Deus, essa Força Superior que criou o Céu e a Terra e comanda todo o Universo.

 

         Não estou fazendo proselitismo, apenas falando daquilo em que acredito, pois, é cediço, trata-se de uma questão de foro íntimo.

 

A mim a União do Vegetal vem atendendo, e estou me satisfazendo com tudo de bom que venho recebendo. Mais não consegui ainda por minhas próprias limitações. Mas daqui não quero sair, pois “quem viver verá/quem viver verá/balançando ao vento/a safra dos frutos do meu sonhar” (Grãos de sonhos, Rogério José).

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