Minha irmã caçula, atualmente mais
norte-americana do que brasileira, pois mora nos Estados Unidos tem uns 30
anos, se não me engano, está acompanhando este blog, na certa por falta
de coisa melhor para fazer, principalmente nessa época de restrições sanitárias,
isolamento social e vida reclusa, limitada, na maioria dos casos, às redes
sociais.
Questionou-me ela porque até hoje ainda
não tinha escrito sobre a religião que escolhi para seguir, desde o ano de
1985, e que foi o motivo principal de minha mudança, junto com mulher e filhas,
para a cidade de Porto Velho, em Rondônia, onde, conforme já relatei
anteriormente, vivi por 34 anos até junho de 2019, quando retornei para o Espírito
Santo e fixei residência em Guarapari.
Pois bem. Na verdade, na crônica
intitulada O Homem, postada em 10 de fevereiro de 2021, falei alguma
coisa, na base do “pra bom entendedor, meia palavra basta”, que, desta vez, vou
detalhar mais.
Antigamente,
em muitos cadastros que eram feitos, para fins diversos, constava um campo com
a pergunta sobre a preferência religiosa do cidadão. Eu sempre colocava “católico”,
apesar de não ser praticamente e nem frequentar as missas de domingo ou
qualquer outro dia da semana. Era meio que uma tradição familiar, principalmente
do lado materno.
Me considerava agnóstico, ou seja,
ficava em cima do muro, pois não tinha certeza da existência de Deus, mas, ao
mesmo tempo, admitia que havia coisas sobrenaturais que não conseguia explicar.
Sabe como é, na dúvida é melhor não arriscar. Lia muito sobre o tema e buscava
alguma coisa que nem imaginava o que pudesse ser.
Em junho de 85 fui convidado para
participar de uma “reunião” na casa de um médico conhecido que havia trazido da
Amazônia um chá misterioso. Na época, eu era, digamos, usuário de drogas
ilícitas, e aceitei sem pestanejar, achando que seria uma “curtição” a mais.
Ledo engano.
Bebi aquele líquido amargo e tive uma
das experiências mais fascinantes de toda a minha vida. Visões cinematográficas
se misturavam com sentimentos e emoções ao ponto de me sentir como se estivesse
renascendo naquelas horas de duração do efeito do Vegetal, nome que só aprendi
posteriormente. Quis mais, e fui uma segunda vez, depois uma terceira e nunca
mais larguei.
Fiquei sabendo que o Vegetal teve origem,
na sua forma institucionalizada, na cidade de Porto Velho. Para lá me mudei, de
forma até repentina para meus familiares, e desci do muro. Hoje, me filio entre
eles que têm a convicção da existência de Deus, essa Força Superior que criou o
Céu e a Terra e comanda todo o Universo.
Não estou fazendo proselitismo, apenas
falando daquilo em que acredito, pois, é cediço, trata-se de uma questão de
foro íntimo.
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