Impossível ficar sem escrever sobre esse
período inusitado que estamos atravessando.
Por mais que me afaste de redes
sociais ou das mídias eletrônicas, diariamente chegam notícias sobre amigos e
amigas que se foram, que tiveram a doença e melhoraram ou que ainda lutam com
todas as forças, em camas hospitalares, para vencerem a temida patologia.
Sim, isso mesmo, estou falando da
famigerada COVID-19.
As vacinas chegaram, mas a ainda pouca
cobertura não permite vislumbrar de imediato uma diminuição dos casos. Alguns
alardeiam que no ritmo atual de imunização somente em 2024 toda a população
brasileira estará vacinada. Será? Provavelmente nada mais do que outra fake
news. Assim espero.
Pressões econômicas de todas as
vertentes encostam na parede os governantes de plantão, que ora restringem e
ora liberam as atividades, cuja lista de “essenciais” aumenta a cada decreto,
seja ele estadual ou municipal.
Assomos preocupantes demonstram que,
tal qual o marisco encurralado entre o mar e o penhasco, a população continua
sendo um joguete político nas mãos daqueles que deveriam, de maneira
apartidária e igualitária, fazer o bem sem olhar a quem. Até a venda dos
imunizantes já está sendo cogitada, como se fosse possível tal disparate.
Numa renovada aplicação da “Lei de Gérson”,
aquela em que se busca levar vantagem em tudo, sem respeito a nenhum princípio
ético, restaurou-se o velho costume de “furar a fila”, para que os mais próximos
dos que têm a chave do cofre, no caso, dos freezers, recebam uma dose da
CoronaVac antes da data oficial, em prejuízo dos profissionais da área de saúde
e dos mais idosos. Pelo jeito, ninguém tem mais medo de virar jacaré.
Espero que minhas preocupações sejam
infundadas, mas a prevalecer uma outra lei também bastante conhecida, a de
Murphy, segundo a qual “se alguma coisa tem a mais remota chance de dar errado,
certamente dará”, a situação em terras brasilis tem muitos capítulos pela
frente, num enredo em que os diálogos são pessimamente construídos e os atores
meros canastrões.
Que coisa, hein!? O ano nem começou
direito e já está fubento.
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