sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Inspiração

 

          A coisa mais incômoda para um escritor é não ter o que escrever.

 

          Eu ainda não sou um escritor, na acepção da palavra, mas quero chegar lá. Minha rotina diária impede, em alguns momentos, que eu possa digitar qualquer coisa todos os dias, o que, por óbvio, alonga o percurso até esse objetivo, pois a prática é o caminho mais curto para a perfeição.

 

          O famoso escritor Stephen King (sim.....ele mesmo, que escreve aqueles romances quase macabros) tem uma obra bem interessante sobre a formação de um escritor. Chama-se Sobre a escrita – a arte em memórias, um lançamento de 2016 da editora Suma de Livros.

 

          São muitos os conselhos e as orientações que emanam das páginas, mas a principal recomendação, que é reiterada algumas vezes, é simples: escrever todos os dias, por menor que seja o texto. Dessa maneira, podemos desenvolver a capacidade de redigir bem, com maior fluidez e encontrar os vocábulos adequados para cada contexto.

 

          Às vezes, porém, o principiante, como é o meu caso, que não tem a capacidade inata de lidar com as palavras, fica meio solto no ar, olhando pela janela (mesmo que seja noite) esperando e pedindo aos céus uma ideia para salvar o dia. Daí vem o título desta crônica: Inspiração.

 

          O quase imprescindível Google mostra o significado: “Ideia repentina e momentânea, normalmente genial; iluminação. Algo ou alguém que inspira, que incita a capacidade de criação: ela era a musa e inspiração do poeta. Ação ou efeito de inspirar, de inserir o ar pelos pulmões. Resultado do que foi criado a partir de um estímulo de criação”.

 

          O final da explicação acima – Resultado do que foi criado a partir de um estímulo de criação – me remete a Deus, fonte de toda sabedoria e que inspira poetas, músicos, pintores, escritores e artistas de outras formas de expressão a transmitir o belo sob a forma de arte. É claro que existe algum que se conecta com outra coisa. Mas isso não é difícil de se ver, basta olhar a obra.

 

          A inspiração divina é uma dádiva imensamente sublime e inesgotável, que nunca falha, desde que a gente tenha os conectores certos para dar o match. E tudo começa com o pensamento, que precisamos direcionar ao Pai Superior para que Ele atenda aos nossos anseios. O pensamento firme e constante é a solução dessa equação, que nos garante um resultado correto.

          Fácil, aparentemente, mas que exige desprendimento para que a sintonia aconteça de maneira natural. Por isso, poucos conseguem. Afinal, nem todo mundo é um Leon (Liev) Tolstói, escritor russo, um dos maiores de todos os tempos, autor do monumental livro Guerra e Paz, entre outras obras magníficas, inclusive seu trabalho considerado por muitos o mais importante de todos, de nome O Reino de Deus está dentro de vós, que foi proibido na Rússia e, por isso, teve a primeira edição na Alemanha, em 1894.

          Enfim, para quem gosta, burilar as palavras é um encantamento. São tantas as possibilidades que dá vontade de escolher todas. Uma frase para cada uma. Um parágrafo para uma coleção delas. Uma história em homenagem a esse atributo da nossa condição humana, a palavra.

           Que Deus nos ampare e nunca deixe faltar para nós a Sua inspiração.

 

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