A exemplo de 2020, o dia 19 de agosto
do ano de 1981 também foi uma quarta-feira. Há trinta e nove anos. Naquela data,
não me lembro exatamente o horário, mas parece que foi na parte da manhã,
nasceu, no Hospital São José, em Vitória/ES, minha filha mais velha, Raissa
Segovia Pacheco, que deveria ter o sobrenome Poncio (do pai da minha esposa),
mas coloquei o da minha sogra.
Diga-se, de passagem, que escolhemos Raissa porque minha irmã havia comentado que quando tivesse uma filha seria esse
o nome dela. Mas a minha nasceu primeiro, daí que.....Aliás, até onde me lembro
ela teve essa ideia porque leu um livro da poeta e filósofa francesa nascida na
Rússia, Raïssa Maritain, de família judia e convertida ao catolicismo.
Eu tinha, na época, 24 anos de idade,
com três de casado. Jovem e inexperiente, mas com aquela sensação de “dono do
mundo” inerente a quem tem menos de 40. A partir daí alguma coisa mudou. Meu
chefe daquele período, por exemplo, me disse, meses depois, que com o
nascimento de Raissa me tornei mais responsável e profissional. Acredito que
tenha sido verdade. Com certeza, houve uma transformação para melhor.
Ninguém fica impune ao nascimento de
um filho ou filha. Aquele pequeno ser esperado por nove meses se torna o centro
das atenções de toda a família, principalmente dos avós, o que só descobri
vinte e sete anos depois, quando Raissa e o marido dela, Fagner, me presentearam
com a primeira neta, Alice. Gerações se sucedendo, conforme acontece desde o
início dos tempos.
O grande escritor libanês Gibran
Khalil Gibran, em sua obra denominada O Profeta, ensina:
Aquele corpo material que o Universo entrega
na responsabilidade de um pai e de uma mãe é habitado por um espírito com luz
própria. Aos pais cabe cuidar e zelar para que, na idade adequada, a flor
contida naquele pequeno ser possa desabrochar e seguir o caminho que lhe cabe,
com independência e consciência, pronta para também nortear, tal qual o arco e
a flecha de que nos fala Gibran, mais na frente, um novo fruto que brota do
amor.
Existe aqueles que acreditam no acaso dos
acontecimentos. Eu, particularmente, entendo que tudo tem um propósito. Nasci
onde nasci, na família a mim determinada por algum motivo. Da mesma maneira,
ordens superiores me enviaram as maravilhosas três filhas que tenho. Nós nos
merecemos, e precisamos uns dos outros, com nossas tristezas e alegrias, falhas
e acertos, mas, acima de tudo, com amor igual a um coração de mãe: sempre cabe
mais um.
Feliz aniversário, minha querida primogênita.
Que Deus esteja sempre presente na tua vida, do teu marido e da tua filha.
Te amo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário