Minha mãe falava ao telefone com uma
de suas netas, parabenizando-a pelo aniversário, e reclamava que estava “presa”
dentro de casa por conta do tal do confinamento social em face do coronavírus.
Achei interessante a resposta de minha
sobrinha, dizendo que ela (a avó), na verdade, estava protegida, pois, ao
contrário do que dizem alguns desprezíveis falastrões, ficar em casa é mais
seguro do que ir às ruas com máscara e luvas ou potinho de álcool gel.
Vê-se, dessa maneira, que tudo é uma
questão de ponto de vista. Aquela velha estória: num copo com água pela metade,
o pessimista acha que está meio vazio, enquanto o otimista garante que está quase
cheio.
O foco que se dá a determinada coisa
determina se vamos encará-la de maneira negativa ou positivamente.
Por isso, apesar de me incomodar um
pouco com as restrições ao meu direito constitucional e inerente à minha condição
humana de ir e vir, estou conformado, pois entendo que é apenas uma situação
momentânea, que irá passar, mais ou cedo ou mais tarde. Aqui para nós: espero
que seja o mais breve possível.
Volto a fazer algumas reflexões, com
amparo em pessoas mais inteligentes e capacitadas que eu que divulgam suas
observações nas mídias sociais. Sem dúvida, trata-se de um acontecimento único,
pois nunca, em todos os continentes, centenas de milhões de pessoas ficaram de
quarentena ao mesmo tempo. Pelo menos, que eu saiba.
É como se o planeta tivesse dado uma
freada para rearrumar os passageiros que estão a bordo. Uma pausa. Uma tomada
de fôlego. Um momento em que com a diminuição das atividades industriais,
escolares e profissionais está havendo mais tempo para reflexões, para
reordenamento de relações pessoais e uma retomada, quando a onda passar, de um
caminho mais equilibrado, em que a humanidade vai, devagarinho, se
conscientizando do que é mais importante e efetivamente essencial.
O tempo, nosso grande e infalível
professor, irá mostrar que esses momentos de provações são caminhos
preparatórios para dias melhores, quando homens e mulheres, ricos ou pobres,
independentemente de etnia ou credo, viverão menos para o mundo material e mais
para Deus.
Nada como um bom susto para alertar a
todos.
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