sábado, 4 de abril de 2020

Quarentena 4




          Minha mãe falava ao telefone com uma de suas netas, parabenizando-a pelo aniversário, e reclamava que estava “presa” dentro de casa por conta do tal do confinamento social em face do coronavírus.

          Achei interessante a resposta de minha sobrinha, dizendo que ela (a avó), na verdade, estava protegida, pois, ao contrário do que dizem alguns desprezíveis falastrões, ficar em casa é mais seguro do que ir às ruas com máscara e luvas ou potinho de álcool gel.

          Vê-se, dessa maneira, que tudo é uma questão de ponto de vista. Aquela velha estória: num copo com água pela metade, o pessimista acha que está meio vazio, enquanto o otimista garante que está quase cheio.

          O foco que se dá a determinada coisa determina se vamos encará-la de maneira negativa ou positivamente.

          Por isso, apesar de me incomodar um pouco com as restrições ao meu direito constitucional e inerente à minha condição humana de ir e vir, estou conformado, pois entendo que é apenas uma situação momentânea, que irá passar, mais ou cedo ou mais tarde. Aqui para nós: espero que seja o mais breve possível.

          Volto a fazer algumas reflexões, com amparo em pessoas mais inteligentes e capacitadas que eu que divulgam suas observações nas mídias sociais. Sem dúvida, trata-se de um acontecimento único, pois nunca, em todos os continentes, centenas de milhões de pessoas ficaram de quarentena ao mesmo tempo. Pelo menos, que eu saiba.

          É como se o planeta tivesse dado uma freada para rearrumar os passageiros que estão a bordo. Uma pausa. Uma tomada de fôlego. Um momento em que com a diminuição das atividades industriais, escolares e profissionais está havendo mais tempo para reflexões, para reordenamento de relações pessoais e uma retomada, quando a onda passar, de um caminho mais equilibrado, em que a humanidade vai, devagarinho, se conscientizando do que é mais importante e efetivamente essencial.

          O tempo, nosso grande e infalível professor, irá mostrar que esses momentos de provações são caminhos preparatórios para dias melhores, quando homens e mulheres, ricos ou pobres, independentemente de etnia ou credo, viverão menos para o mundo material e mais para Deus.

          Nada como um bom susto para alertar a todos.

         

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