Quando eu tiver dinheiro sobrando, um
tanto bom mesmo, o que acredito que acontecerá brevemente, com a graça de Deus,
tenho um sonho, que quero tornar realidade: criar a Fundação Renato José Costa
Pacheco.
Para quem não sabe, Renato Pacheco,
meu pai, foi um emérito professor, magistrado e escritor capixaba, nascido em
1928 e falecido em 2004. É considerado por muitos como um dos maiores
intelectuais do seu tempo no Espírito Santo.
Por conta de um projeto de vida
pessoal, aos 28 anos de idade fui morar em Porto Velho/RO, e só voltei 34 anos
depois, quando ele já tinha desencarnado, o que limitou, por conta da distância
física, minha convivência e acompanhamento do trabalho dele.
Seu acervo ficou com os professores
Luiz Guilherme e Reinaldo Santos Neves, que, recentemente, encaminharam
diversas caixas ao Arquivo Público para catalogação e melhor conservação. Não tenho
bem certeza, mas parte do material me parece que foi entregue por minha mãe ao
Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, na pessoa do juiz Getúlio
Neves.
Me veio à ideia falar desse meu
projeto por conta de uma mensagem que minhas filhas viram no Instagram, postada
pelo Dr. Getúlio Neves, a respeito do meu pai. Ele citou uma frase dele que é a
seguinte: “Eu vejo as diversas culturas como vasos comunicantes. Então, o que
está numa, permeia-se, passa para outra. E o básico é a cultura
popular...Então, acho que a gente deve ter sempre uma inspiração no que o povo
diz e tentar dar àquilo uma forma erudita”.
As pessoas que me falam a respeito de
Renato Pacheco não escondem a admiração, principalmente seus ex-alunos, com
quem ele tinha uma empatia muito grande – aliás, é consenso que essa era a profissão
(professor) a qual ele se dedicava com mais prazer. Me lembro que ao completar
50 anos de Magistério disse: “Ai meu Deus. Ainda sou um aprendiz”.
São essas coisas que quero resgatar na Fundação Renato José Costa Pacheco,
como exemplo para as novas gerações, além de investir em obras literárias,
virtuais ou físicas, bem como apoiar ações educacionais que possam contribuir
para a formação do caráter e difundir conhecimentos à nossa juventude, tão
carente do olhar governamental, em face de reiteradas alegações de falta de
recursos, mas, principalmente, na minha modesta opinião, por conta da
inexistência de interesse político.
Muitos “Renatos Pachecos”, acredito,
devem existir neste imenso país, pessoas bondosas, capazes e com visão de mundo
diferenciada, precisando, tão somente, de que a sociedade dê acolhimento,
reconheça seu valor e somem esforços em prol, verdadeiramente, de um objetivo
comum: construir um mundo melhor para todos.
Possa ser que saiamos desse
isolamento social mais solidários.
Espero que sim.
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