quinta-feira, 5 de março de 2020

O ano começou



            Eis que o Carnaval passou. Quem pulou, pulou, quem não pulou, só no ano que vem.

            Conforme até as pedras das ruas sabem, agora, efetivamente, começa, para todos os efeitos, 2020.

            Daqui até dezembro muita água vai passar por debaixo da ponte, o que pode significar muita coisa, e até mesmo, nada.

            A ameaça do coronavírus paira no ar. Queira Deus que a doença não cause muitos estragos nesse paraíso tropical, uma vez que pior que a patologia em si, temo que será a incompetência governamental, já provada em outras situações, para cuidar da eventual epidemia.

            Quando, no Brasil, será possível construir em dez dias um hospital com mil leitos, a exemplo do que fizeram os chineses? De que maneira os brasileiros aceitariam um confinamento peremptório em casa por mais de mês? Me perdoem os extremamente otimistas, mas não vejo condições para tal desiderato. Nem à força.

            Enquanto isso, a nova política governamental vigente no país revela-se mais do mesmo. Permanecem as conversas de bastidores nos recantos brasilienses para que projetos individuais sejam contemplados em detrimento dos interesses coletivos, o que não é nenhuma novidade desde a carta que o escrivão Pero Vaz de Caminha enviou para o rei Dom Manuel I anunciando a descoberta da Ilha de Vera Cruz.

            Assusta aos mais velhos a tentativa quase explícita de coibir as liberdades individuais, como se os erros do passado servissem para amenizar as agruras do presente e garantir o futuro depois de mais de cinco séculos de desmandos. Pindorama, Pindorama, o que fizeram de ti?

            Mas, em breve começa o Brasileirão. Ao longo do ano prevê-se alguns feriados prolongados. E em outubro voltaremos às urnas para escolha dos dirigentes municipais – vereadores e prefeito. Dá para ir se divertindo até chegarmos a 2021, quando, então, as esperanças serão renovadas e promessas antigas serão reapresentadas e tudo continuará como dantes no quartel de Abrantes.

            Ou não. Quem viver, verá.

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