Eis que o Carnaval passou. Quem pulou,
pulou, quem não pulou, só no ano que vem.
Conforme até as pedras das ruas
sabem, agora, efetivamente, começa, para todos os efeitos, 2020.
Daqui até dezembro muita água vai
passar por debaixo da ponte, o que pode significar muita coisa, e até mesmo,
nada.
A ameaça do coronavírus paira no ar.
Queira Deus que a doença não cause muitos estragos nesse paraíso tropical, uma
vez que pior que a patologia em si, temo que será a incompetência
governamental, já provada em outras situações, para cuidar da eventual
epidemia.
Quando, no Brasil, será possível
construir em dez dias um hospital com mil leitos, a exemplo do que fizeram os
chineses? De que maneira os brasileiros aceitariam um confinamento peremptório
em casa por mais de mês? Me perdoem os extremamente otimistas, mas não vejo
condições para tal desiderato. Nem à força.
Enquanto isso, a nova política governamental
vigente no país revela-se mais do mesmo. Permanecem as conversas de bastidores nos
recantos brasilienses para que projetos individuais sejam contemplados em
detrimento dos interesses coletivos, o que não é nenhuma novidade desde a carta
que o escrivão Pero Vaz de Caminha enviou para o rei Dom Manuel I anunciando a
descoberta da Ilha de Vera Cruz.
Assusta aos mais velhos a tentativa
quase explícita de coibir as liberdades individuais, como se os erros do
passado servissem para amenizar as agruras do presente e garantir o futuro
depois de mais de cinco séculos de desmandos. Pindorama, Pindorama, o que
fizeram de ti?
Mas, em breve começa o Brasileirão. Ao
longo do ano prevê-se alguns feriados prolongados. E em outubro voltaremos às
urnas para escolha dos dirigentes municipais – vereadores e prefeito. Dá para
ir se divertindo até chegarmos a 2021, quando, então, as esperanças serão
renovadas e promessas antigas serão reapresentadas e tudo continuará como
dantes no quartel de Abrantes.
Ou não. Quem viver, verá.
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