terça-feira, 10 de março de 2020

Mundo digital




          Eu me considero neófito nessa proliferação tecnológica de meios de comunicação: Facebook, Instagram, WhatsApp, Twitter e outros mais.

          Não faço parte de nada disso, com exceção do “zap”, pois, atualmente, é quase essencial participar de algum grupo para se ter um mínimo de contato com a família, amigos e até profissionalmente. Nada contra.

          Admiro como essas coisas funcionam, de forma quase instantânea. Uma pessoa no Afeganistão pode mandar uma mensagem para outra na Austrália, por exemplo, e a visualização é imediata. Conforme diria Richard Bach, “longe é um lugar que não existe”, apesar de saber que o escritor norte-americano não pensava nisso especificamente ao publicar seu belíssimo texto sobre sentimentos que a distância não apaga.

          Acho impressionante, ainda, a tecnologia bancária. Aplicativos em celulares permitem que a sua agência, ou qualquer outra, fique à distância de um toque dos dedos das mãos. E com confiabilidade bastante razoável. Como diz a piada: celular, hoje em dia, serve até para telefonar. E existem muitos outros modelos dessa ciência impressionante facilitando a vida do ser humano.

          Mas fiquei mesmo um tanto, como direi, ligeiramente embasbacado quando, num dia desses, vi uma artista recém chegada ao estrelato comemorando que alcançou a marca de 1 milhão de seguidores em seu perfil no Instagram. Resolvi pesquisar e, para aumentar ainda mais o meu espanto, descobri que outras e outros mais famosos(as) têm 10, 20 e até 45 milhões de seguidores.

          A Wikipédia me explica (bom, Internet virou ferramenta cotidiana para boa parte da humanidade, acredito) que “Instagram é uma rede social online de compartilhamento de fotos e vídeos entre seus usuários, que permite aplicar filtros digitais e compartilhá-los em uma variedade de serviços de redes sociais, como Facebook, Twitter, Tumblr e Flickr”.

          Gente, o que leva 45 milhões de pessoas a acompanhar, ou seja, ler e ver diuturnamente, as publicações de alguém? O Brasil tem uma população estimada em aproximadamente 210 milhões de habitantes. Quase um quinto do povo se diverte com fotos e vídeos dessa única celebridade. Quero crer que o conteúdo é educativo, contribuindo para a formação do caráter dos jovens e dando exemplos de moral e ética. Só que não.

          E nem sei se tem alguém sendo seguido por mais de 45 milhões de fãs. É possível, considerando que essas coisas acontecem também em outros países. O que advirá disso tudo? Não sei. Por certo algum pesquisador acadêmico já deve estar se debruçando sobre essa temática. Porém, digo logo: quem, em sã consciência, pode esperar coisa boa saindo dali? Ninguém.

          Mas, para não parecer que sou apenas um velho retrógrado (e não sou mesmo), digo assim: acredito que tudo isso acontece para beneficiar a civilização. São avanços naturais e necessários nessa fase de estágio evolutivo. E muita coisa ainda vem por aí, tipo, por exemplo, carros voadores e autômatos funcionais.

          Contudo, vamos maneirar nesse apego frenético de saber o que fulano ou fulana faz ou deixa de fazer. Será que só eu ainda trabalho?

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