Eis que o Tempo, o Grande Senhor que
comanda tudo quanto há, na sua marcha inexorável, passa novamente na minha
porta, encerrando um período e iniciando um novo ciclo da minha existência
terrena.
Sessenta e cinco anos desde aquele 23 de
julho de 1957, numa tarde de inverno, quando vim ao mundo, à base de fórceps, no
Hospital São José, em Vitória.
Nas voltas que o mundo dá, cresci,
aprontei, maltratei pessoas com a ignorância dos que acham que sabem muito e,
aqui e acolá, acertei alguma coisa, cativei e fui cativado. Não sei qual o meu
saldo atual perante o Universo, pois a balança da eternidade é que mostrará o meu
peso e o meu valor, se é que tenho algum. Como diz um amigo meu: “Todo mundo é
gente boa, tirando o que não presta”. Rezo para que na extirpação da parte
deletéria ainda sobre alguma coisa.
Importante, porém, a meu ver é que estou
aqui, com esposa, filhas, netos e amigos. Vivendo e achando bom, enfrentando as
provações inerentes à nossa condição humana na certeza de dias melhores.
Agradeço a Deus por chegar até aqui, e
poder ir além. Sou grato a todos com quem me deparei, os que colocaram pedras
no meu caminho e os que a retiraram. Peço perdão àqueles que magoei, fiz sofrer
e tratei mal. Tenho procurado ser uma pessoa melhor a cada dia, mas nem sempre
consigo manter este foco. É difícil amar a prática fiel do bem, mas eu chego
lá.
Tanta coisa ainda por fazer, tanta coisa
ainda para aprender. Nesta longa caminhada de muito mais do que mil passos
ninguém sabe o dia de amanhã, mas elevo meu pensamento ao Pai Superior para que
prolongue meus dias neste corpo e me permita, quando for a distante hora do
desencarnamento, chegar lá com dignidade, em paz comigo mesmo e com todos e com
a felicidade da certeza do dever cumprido.
Enquanto isso, aguardemos os 66, 67, 68
e muito mais.
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