sábado, 23 de julho de 2022

Motorzão 6.5

 


        Eis que o Tempo, o Grande Senhor que comanda tudo quanto há, na sua marcha inexorável, passa novamente na minha porta, encerrando um período e iniciando um novo ciclo da minha existência terrena.

 

        Sessenta e cinco anos desde aquele 23 de julho de 1957, numa tarde de inverno, quando vim ao mundo, à base de fórceps, no Hospital São José, em Vitória.

 

        Nas voltas que o mundo dá, cresci, aprontei, maltratei pessoas com a ignorância dos que acham que sabem muito e, aqui e acolá, acertei alguma coisa, cativei e fui cativado. Não sei qual o meu saldo atual perante o Universo, pois a balança da eternidade é que mostrará o meu peso e o meu valor, se é que tenho algum. Como diz um amigo meu: “Todo mundo é gente boa, tirando o que não presta”. Rezo para que na extirpação da parte deletéria ainda sobre alguma coisa.

 

        Importante, porém, a meu ver é que estou aqui, com esposa, filhas, netos e amigos. Vivendo e achando bom, enfrentando as provações inerentes à nossa condição humana na certeza de dias melhores.

 

        Agradeço a Deus por chegar até aqui, e poder ir além. Sou grato a todos com quem me deparei, os que colocaram pedras no meu caminho e os que a retiraram. Peço perdão àqueles que magoei, fiz sofrer e tratei mal. Tenho procurado ser uma pessoa melhor a cada dia, mas nem sempre consigo manter este foco. É difícil amar a prática fiel do bem, mas eu chego lá.

 

        Tanta coisa ainda por fazer, tanta coisa ainda para aprender. Nesta longa caminhada de muito mais do que mil passos ninguém sabe o dia de amanhã, mas elevo meu pensamento ao Pai Superior para que prolongue meus dias neste corpo e me permita, quando for a distante hora do desencarnamento, chegar lá com dignidade, em paz comigo mesmo e com todos e com a felicidade da certeza do dever cumprido.

 

        Enquanto isso, aguardemos os 66, 67, 68 e muito mais.

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