terça-feira, 21 de setembro de 2021

Uma década

 

        Hoje caiu a ficha que iniciei esse blog há mais de dez anos. A primeira crônica, intitulada Entrando em campo, foi postada no dia 11 de abril de 2011, uma segunda-feira. Poucos meses depois quebrei o úmero e fiquei mais de 60 dias sem escrever, e aí esmoreci. Me espantei ao ver aqui nos arquivos que só retomei regularmente a publicar em 2019, ou seja, oito anos depois da primeira vez. Que qualidade de escritor é esse, né mesmo?

 

         De lá para cá foram 182 textos, que resultaram num livro – Crônicas soltas no ar, editado pela Chiado Books. Quer me parecer muito pouco para tantos dias. Mas, cada um faz de acordo com a sua capacidade. Espero que consiga, pela próxima década, no mínimo, manter (e melhorar) o atual ritmo, que ainda não é o ideal, pois tenho brindado meus leitores com apenas algumas linhas a cada semana, em média.

 

          Conforme afirmei naquela primeira vez “estou um pouco enferrujado, mas nada como um bom exercício mental para que a nunca esquecida emoção de "juntar" palavras flua novamente como uma extensão dos meus dedos, expondo sentimentos e informações”. Para um simples mortal não é muito fácil. Somente afortunados têm o dom escrever de maneira tão natural como se estivessem simplesmente respirando.

 

         Os demais, eu incluso, precisam ralar bastante, dedilhando o teclado incessantemente, com muita transpiração para que a inspiração possa ser alcançada. Entendo, daí o motivo do título do meu livro acima referido, que nossos pensamentos são ondas que vagam pelo espaço e se conectam com energia semelhante daquilo que faz parte da nossa busca. Acredito que os grandes mestres das letras e outras manifestações artísticas possuem essa capacidade: trazer do etéreo o que está solto no ar.

 

           Mesmo eles, porém, não podem ficar sentados esperando cair do céu alguma ideia brilhante. A prática, já dizem os antigos, é o caminho da perfeição, ou seja, é possível unir capacidade inata com aperfeiçoamento técnico e fazer com que tudo fique fácil. Por isso canta Zé Ramalho: “É praticando na vida que muito vai se aprender”.

 

         Por isso que estou aqui, praticando e praticando, para melhorar e melhorar. Eu chego lá!

 

         Em tempo: o ícone do jornalismo capixaba, Rubinho Gomes, meu particular amigo, foi quem nomeou este blog – Blogueiro do Velho Porto. Na época eu morava em Porto Velho, Rondônia, e nem me lembro qual nome iria colocar. Falei com ele e, instantaneamente, com a ligeireza de raciocínio que lhe é peculiar, apontou o título, que aceitei sem pestanejar.

 

        Quem sabe, sabe.

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