Hoje caiu a ficha que iniciei esse blog há
mais de dez anos. A primeira crônica, intitulada Entrando em campo, foi
postada no dia 11 de abril de 2011, uma segunda-feira. Poucos meses depois
quebrei o úmero e fiquei mais de 60 dias sem escrever, e aí esmoreci. Me
espantei ao ver aqui nos arquivos que só retomei regularmente a publicar em
2019, ou seja, oito anos depois da primeira vez. Que qualidade de escritor é esse,
né mesmo?
De lá para cá foram 182 textos, que
resultaram num livro – Crônicas soltas no ar, editado pela Chiado Books.
Quer me parecer muito pouco para tantos dias. Mas, cada um faz de acordo com a
sua capacidade. Espero que consiga, pela próxima década, no mínimo, manter (e
melhorar) o atual ritmo, que ainda não é o ideal, pois tenho brindado meus
leitores com apenas algumas linhas a cada semana, em média.
Conforme
afirmei naquela primeira vez “estou um pouco enferrujado,
mas nada como um bom exercício mental para que a nunca esquecida emoção de
"juntar" palavras flua novamente como uma extensão dos meus
dedos, expondo sentimentos e informações”. Para um simples mortal não é
muito fácil. Somente afortunados têm o dom escrever de maneira tão natural como
se estivessem simplesmente respirando.
Os demais, eu incluso,
precisam ralar bastante, dedilhando o teclado incessantemente, com muita
transpiração para que a inspiração possa ser alcançada. Entendo, daí o motivo
do título do meu livro acima referido, que nossos pensamentos são ondas que
vagam pelo espaço e se conectam com energia semelhante daquilo que faz parte da nossa busca. Acredito
que os grandes mestres das letras e outras manifestações artísticas possuem
essa capacidade: trazer do etéreo o que está solto no ar.
Mesmo eles,
porém, não podem ficar sentados esperando cair do céu alguma ideia brilhante. A
prática, já dizem os antigos, é o caminho da perfeição, ou seja, é possível
unir capacidade inata com aperfeiçoamento técnico e fazer com que tudo fique
fácil. Por isso canta Zé Ramalho: “É praticando na vida que muito vai se
aprender”.
Por isso que estou
aqui, praticando e praticando, para melhorar e melhorar. Eu chego lá!
Em tempo: o ícone do
jornalismo capixaba, Rubinho Gomes, meu particular amigo, foi quem nomeou este
blog – Blogueiro do Velho Porto. Na época eu morava em Porto Velho,
Rondônia, e nem me lembro qual nome iria colocar. Falei com ele e,
instantaneamente, com a ligeireza de raciocínio que lhe é peculiar, apontou o título, que
aceitei sem pestanejar.
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