Enquanto nos Estados Unidos
registram-se, neste 11 de setembro de 2021, atos em memória ao triste
acontecimento, em Nova Iorque, vinte anos atrás, do atentado terrorista contra
as Torres Gêmeas, lembrança malfazeja da desunião que ainda permeia países e
povos, o Brasil, mais uma vez, é engabelado por aqueles que representam os
interesses econômicos escusos dos leviatãs engolidores de gente.
Depois de um 7 de setembro ridículo, em
que aquele-que-não-deve-ser-nomeado vociferou, mais uma vez, aquilo do qual o coração
dele está cheio, os dois dias seguintes mostraram uma transformação da água
para vinho. Do nada, só que não, o dito cujo virou “estadista”, pediu desculpas
e vestiu a pele de cordeiro sobre as garras do lobo. Quem não conhece é quem
compra.
Gente, não existe transformação de
caráter dessa maneira, assim da noite para o dia, como se Jesus em pessoa
tivesse colocado Sua mão divina sobre a cabeça cheia de maus pensamentos do
cidadão em questão. É tudo uma farsa, uma encenação de baixa qualidade, em que
os atores são os mesmos e a plateia comprou ingresso para ver um espetáculo de
categoria e está presenciando uma arapuca com ares de tragédia.
Aproveitadores de todas as matizes
estão soltos. Por exemplo: na boataria do fechamento das estradas e do consequente
desabastecimento, em face da equivocada dependência nacional do transporte
terrestre, no dia 9 passado o preço da gasolina, aqui onde resido, era de R$ 5,99
de manhã e à noite estava em R$ 6,17. Na manhã seguinte, chegou a R$ 6,30 o
litro. E não vai voltar aos patamares anteriores.
Respeitáveis próceres em diversas
instâncias aplaudem a transformação ocorrida no comportamento do instável
líder. Será que acreditam? Tenho fundamentadas dúvidas. É aquele negócio
(literalmente): ajoelhou, tem que rezar. Já estão com a mão na cumbuca até o cotovelo
e está difícil tirar, mas não será surpresa se quebrarem o pote e deixarem o
navio do capitão afundar sozinho, conforme já visto anteriormente, mais de uma
vez, nestes tristes trópicos.
Quando, em 1978, Renato Russo escreveu
a letra da música Que país é esse? ainda nos tempos da banda Abordo
Elétrico, sucesso depois com a Legião Urbana, retratou uma situação que,
infelizmente, permanece atual. Reparem na primeira estrofe: “Nas favelas, no
Senado/ Sujeira pra todo lado/Ninguém respeita a Constituição/Mas todos acreditam no futuro da nação”.
É, a maré não está para peixe, mas já
que sou apenas um mero observador nem tão imparcial e sem possibilidade de
influenciar nos acontecimentos que determinarão o futuro nacional, fico com o samba
do Zeca Pagodinho: “É ser humano, eu tenho esperança e fé no ser humano”.
Em alguns, pelo menos.
Sem isso, seria difícil prosseguir.
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