sábado, 11 de setembro de 2021

Que país é esse?

 


         Enquanto nos Estados Unidos registram-se, neste 11 de setembro de 2021, atos em memória ao triste acontecimento, em Nova Iorque, vinte anos atrás, do atentado terrorista contra as Torres Gêmeas, lembrança malfazeja da desunião que ainda permeia países e povos, o Brasil, mais uma vez, é engabelado por aqueles que representam os interesses econômicos escusos dos leviatãs engolidores de gente.

 

         Depois de um 7 de setembro ridículo, em que aquele-que-não-deve-ser-nomeado vociferou, mais uma vez, aquilo do qual o coração dele está cheio, os dois dias seguintes mostraram uma transformação da água para vinho. Do nada, só que não, o dito cujo virou “estadista”, pediu desculpas e vestiu a pele de cordeiro sobre as garras do lobo. Quem não conhece é quem compra.

 

         Gente, não existe transformação de caráter dessa maneira, assim da noite para o dia, como se Jesus em pessoa tivesse colocado Sua mão divina sobre a cabeça cheia de maus pensamentos do cidadão em questão. É tudo uma farsa, uma encenação de baixa qualidade, em que os atores são os mesmos e a plateia comprou ingresso para ver um espetáculo de categoria e está presenciando uma arapuca com ares de tragédia.

 

         Aproveitadores de todas as matizes estão soltos. Por exemplo: na boataria do fechamento das estradas e do consequente desabastecimento, em face da equivocada dependência nacional do transporte terrestre, no dia 9 passado o preço da gasolina, aqui onde resido, era de R$ 5,99 de manhã e à noite estava em R$ 6,17. Na manhã seguinte, chegou a R$ 6,30 o litro. E não vai voltar aos patamares anteriores.

 

         Respeitáveis próceres em diversas instâncias aplaudem a transformação ocorrida no comportamento do instável líder. Será que acreditam? Tenho fundamentadas dúvidas. É aquele negócio (literalmente): ajoelhou, tem que rezar. Já estão com a mão na cumbuca até o cotovelo e está difícil tirar, mas não será surpresa se quebrarem o pote e deixarem o navio do capitão afundar sozinho, conforme já visto anteriormente, mais de uma vez, nestes tristes trópicos.

 

         Quando, em 1978, Renato Russo escreveu a letra da música Que país é esse? ainda nos tempos da banda Abordo Elétrico, sucesso depois com a Legião Urbana, retratou uma situação que, infelizmente, permanece atual. Reparem na primeira estrofe: “Nas favelas, no Senado/ Sujeira pra todo lado/Ninguém respeita a Constituição/Mas todos acreditam no futuro da nação”.

 

         É, a maré não está para peixe, mas já que sou apenas um mero observador nem tão imparcial e sem possibilidade de influenciar nos acontecimentos que determinarão o futuro nacional, fico com o samba do Zeca Pagodinho: “É ser humano, eu tenho esperança e fé no ser humano”. Em alguns, pelo menos.

 

         Sem isso, seria difícil prosseguir.

        

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