sexta-feira, 16 de julho de 2021

Segunda dose

 


Pois é, foi hoje.

 

         Na primeira tentativa de agendamento, na quinzena passada, com cinco minutos o site da Prefeitura não atendia mais ninguém. Fiquei preocupado. Vá que sem a segunda dose a pessoa ainda poderia virar jacaré.

 

         Entretanto, os munícipes não ficaram desamparados. Anteontem a reserva de vagas foi retomada. Passei o número de meu CPF para filhas e amigos, e todos tentamos garantir minha vez, já que não sou sommelier de vacinas (que povo criativo, né mesmo!?).

 

         Pensei que iria ficar de fora novamente, pois a página não abria quando chegava na hora de escolher o dia e horário, e uma única vez que consegui avançar no procedimento eletrônico apareceu a informação de que não havia mais vaga. Estava quase me conformando a morar numa lagoa.

 

         Para minha surpresa, numa derradeira tentativa, visualizei que já existia agendamento para aquele CPF. Poucos minutos depois, minha filha mais velha mandava um “zap” dizendo que tinha agendado a vacinação para hoje, 16 de julho, às 8h38, uma semana antes do meu aniversário. Que beleza.

 

         Sou daqueles que não gosta de chegar atrasado na estação, a exemplo dos nossos vizinhos mineiros, e pouco depois das 8h10 já estava no local indicado. Uma ligeira aglomeração ocupava a frente do ginásio de esportes escolhido, onde um rapaz com voz empostada ia proclamando: 8h15, 8h18, 8h30 e assim por diante.

 

         Ao ser anunciado meu horário, ordeiramente procurei a fila correspondente, onde estava sendo feita uma conferência documental. Uma futura técnica de enfermagem, conforme constava no bolso do jaleco, olhou para meu cartão de vacinação e fez aquela cara de que algo estava errado. “O que foi?”, perguntei.

 

         A moça, com aquele ar de quem foi colocada ali sem treinamento ou maiores explicações do que fazer, disse que a AstraZeneca, o imunizante da primeira dosagem, tinha acabado. Não poderia ser atendido. “Comequeé?”, exclamei, completamente incrédulo. Sem querer ter viagem perdida, e já quase irritado, chamei outra atendente. Essa me mandou seguir em frente. “Lá no box 6 eles sabem”, disse.

 

         O dito box 6 era outra fila. Ao ser atendido, viram meu cadastro, registraram no cartão a segunda dose (nem comentaram nada) e passei para uma terceira fila. Quando me vi frente a frente com a seringa, perguntei se era a mesma da primeira dose. Havendo confirmação, relaxei e entreguei o braço direito ao vacinador. Pronto. Serviço completo.

 

         Fui para o carro me sentindo um sobrevivente. Eis-me de volta ao pleno convívio social? Adeus máscaras? Podemos abraçar e beijar novamente, bastando, para tanto, apresentar o cartão com as duas doses? Só que não. Avançamos, mas ainda não terminou, de acordo com os cientistas estudiosos do assunto (por favor, não me venham com teorias conspiratórias).

 

         É preciso reconhecer que, apesar de o período negacionista ter complicado as coisas, os estados e municípios estão fazendo a sua parte.

 

         Vamos em frente, que dias melhores se aproximam. Com rapidez.

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