segunda-feira, 19 de abril de 2021

Plágio

 

         Minha fraterna amiga Cristina Moura, professora, jornalista e escritora, tudo de mão cheia, brindou seus milhares de leitores com mais uma pérola, no texto intitulado Belezuras e caracóis, disponível em https://wp.me/p9Zmzf-2cny.

         Na crônica, com a leveza, perfeição linguística e fluência verbal que são marcas registradas da sua enorme capacidade, a sensível paraibana descreve seu encontro inicial com as primeiras letras, quando, talvez entusiasmada por desvendar tantos mistérios, buscava aquela caligrafia de pergaminhos medievais.

         Hoje em dia, nesse mundo cada vez mais cibernético e digital, a arte de escrever está circunscrita ao teclado de um computador, por ela definido como “representante da evolução tecnológica da palavra escrita”. É verdade. Papel e caneta estão tendo uso reduzido, e talvez se tornem obsoletos em alguns anos. Quem viver, verá.

         Aproveitando a ideia original da minha irmã de lides profissionais e caminhada espiritual, lembrei também do meu período de foca, lá no início dos anos 70, no tempo ainda das linotipos. Inexperiente, queria registrar no meu bloco de anotações tudo o que o entrevistado dizia, e fazia uns garranchos e abreviações. Ao chegar à redação, tinha dificuldade para entender o que havia escrito. Com o tempo, percebi que bastava anotar pontos essenciais, e o restante vinha na memória.

         Meu saudoso pai, Renato José Costa Pacheco, já no final da vida, comprou e instalou em seu escritório um PC e uma impressora. Mesmo assim, continuou escrevendo seus livros à mão, em folhas de papel almaço. Cabia à minha filha do meio, Taís, fazer a posterior digitação. Velhos hábitos são difíceis de mudar.

         Já minha neta Alice não tem dificuldade nenhuma em usar um note, celular ou qualquer outro aparelho eletrônico. As gerações se sucedem e as novidades são assimiladas ao ponto de se tornarem coisas rotineiras, até que sobrevenha alguma outra invenção que mude os conceitos e práticas novamente. Faz parte da vida, acredito.

         E plagiando a nobre profissional acima referida, encerro: “Teclado, você é todo culpado, mas grata por existir”.

         Vamos em frente, pois.

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