Minha fraterna amiga Cristina Moura, professora, jornalista
e escritora, tudo de mão cheia, brindou seus milhares de leitores com mais uma
pérola, no texto intitulado Belezuras e caracóis, disponível em https://wp.me/p9Zmzf-2cny.
Na crônica, com a leveza, perfeição linguística e fluência
verbal que são marcas registradas da sua enorme capacidade, a sensível
paraibana descreve seu encontro inicial com as primeiras letras, quando, talvez entusiasmada
por desvendar tantos mistérios, buscava aquela caligrafia de pergaminhos
medievais.
Hoje em dia, nesse mundo cada vez mais cibernético e
digital, a arte de escrever está circunscrita ao teclado de um computador, por
ela definido como “representante da evolução tecnológica da palavra escrita”. É
verdade. Papel e caneta estão tendo uso reduzido, e talvez se tornem obsoletos
em alguns anos. Quem viver, verá.
Aproveitando a ideia original da minha irmã de lides profissionais
e caminhada espiritual, lembrei também do meu período de foca, lá no início dos
anos 70, no tempo ainda das linotipos. Inexperiente, queria registrar no meu
bloco de anotações tudo o que o entrevistado dizia, e fazia uns garranchos e
abreviações. Ao chegar à redação, tinha dificuldade para entender o que havia
escrito. Com o tempo, percebi que bastava anotar pontos essenciais, e o
restante vinha na memória.
Meu saudoso pai, Renato José Costa Pacheco, já no final da
vida, comprou e instalou em seu escritório um PC e uma impressora. Mesmo assim,
continuou escrevendo seus livros à mão, em folhas de papel almaço. Cabia à minha
filha do meio, Taís, fazer a posterior digitação. Velhos hábitos são difíceis
de mudar.
Já minha neta Alice não tem dificuldade nenhuma em usar um note,
celular ou qualquer outro aparelho eletrônico. As gerações se sucedem e as
novidades são assimiladas ao ponto de se tornarem coisas rotineiras, até que
sobrevenha alguma outra invenção que mude os conceitos e práticas novamente.
Faz parte da vida, acredito.
E plagiando a nobre profissional acima referida, encerro: “Teclado,
você é todo culpado, mas grata por existir”.
Vamos em frente, pois.
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