quarta-feira, 14 de abril de 2021

Falhou...

 


         Pois é. Não deu para quem quis.

 

         Menos de meia depois que foi aberto o agendamento para vacinação contra a COVID-19 na faixa etária de 60 a 64 anos as mil vagas, ou doses, existentes foram todas ocupadas. Fiquei a ver navios.

 

         Anuncia-se que brevemente novos lotes chegarão, e aqueles que não foram atendidos nessa primeira vez serão, então, contemplados. Deus permita. Já estava até imaginando se iria fazer um vídeo ou somente uma fotografia quando o imunizante fosse suavemente inoculado no meu braço (esquerdo ou direito, eis a questão?).

 

         Enfim, o jeito agora é esperar. É incrível como o jogo político de transferência de responsabilidades afeta tão diretamente a vida do cidadão comum, ainda mais em momentos emergenciais. No ano passado, alguém disse que iria comprar vacinas “se houvesse demanda”, como se toda a população fosse negacionista.

 

         Nem mais essa parcela do povo brasileiro, diminuindo com a velocidade de um avião a jato, está tão crédula assim de que o coronavírus seja tão somente “uma gripezinha”, pois cada vez que morre um parente, um amigo ou mesmo mero conhecido fica mais difícil evitar aquela sensação de que o bicho pode pegar, daí que, na dúvida cruel, é melhor correr para o posto de saúde mais próximo e tomar a vacina, seja ela chinesa, inglesa ou brasileira.

 

         As estruturas ferruginosas das instituições nacionais precisam, urgentemente, de um banho de vinagre e do uso de lixa ferro na granulação 20, no mínimo, para que a craca acumulada ao longo de anos, ou talvez séculos, possa ser, finalmente, removida de uma vez por todas. É trabalho árduo, provavelmente incapaz de ser realizado pela minha geração.

 

         Brincam presidente, próceres jurídicos, senadores e deputados com a propalada, e nem sempre comprovada, cordialidade do cidadão desse país tropical. A tal da CPI da Pandemia nem bem foi instalada e já virou motivo de piada. A discussão atual é se ela pode ser virtual ou somente deve funcionar presencialmente. Quer dizer: estão de sacanagem. Vai acabar em pizza, mais uma vez.

 

         Porém, como eu não tenho nada com isso, me limito a fazer esse desabafo. Melhor aproveitar o tempo com coisas mais aprazíveis, tipo apreciar a incrível serenidade do mar nessas manhãs amenas de outono. Com a maré baixa, quase não se vê ondas e a água esverdeada toma a forma de um sereno lago andino a convidar para um mergulho renovador.

 

         Mas quando a vacina chega mesmo? Estou na fila.

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