O Telegram, concorrente direto do
WhatsApp, divulgou mensagem comemorando ter ultrapassado o total de 500 milhões
de usuários ativos. Na data do anúncio, 12 de janeiro, dizia o texto que “só
nas últimas 72 horas, mais de 25 milhões de novas pessoas ao redor do mundo
entraram para o Telegram”.
Tanta adesão tem uma explicação. Circula
nas mídias sociais um vídeo informando (ou não, depende do ponto de vista) que
o WhatsApp vai mudar, invadindo, ainda mais, segundo consta, a privacidade de
homens e mulheres em todo o planeta.
Relembra o pequeno documentário de
pouco mais de três minutos que o Facebook comprou o Instagram, em 2012, por
módicos 1 bilhão de dólares, para não ser ultrapassado por aquela plataforma. O
mesmo motivo levou, em 2014, à compra do WhatsApp, também pelo Facebook, pela
bagatela de 19 bilhões de dólares.
Atualmente, o Facebook é acusado, nos
Estados Unidos, por atitudes nefastas que visam garantir seu monopólio no
controle e difusão de conteúdos on line. Só para se ter uma ideia, o
WhatsApp detém 2 bilhões de contas. Foi idealizado por Jam Koum, um ucraniano
obcecado por garantir a criptografia nas mensagens de ponta a ponta.
Disse: “Nós queríamos saber o mínimo
possível sobre nossos usuários. Nós não éramos direcionados pela propaganda,
então não precisávamos de dados pessoais”. Hoje em dia, com bombardeio direcionado
de anúncios, as corporações precisam conhecer detalhes com quem estão falando, ou seja,
necessitam ter o máximo possível de informações sobre os consumidores, o que
eles gostam, o que eles acessam, quanto ganham, onde moram etc.
Por causa disso, a partir de 1º de
fevereiro isso será uma constante diária, com a nova política de privacidade
que o Facebook irá implantar no WhatsApp de forma obrigatória: quem não
aceitar, será banido. Sigilo zero deixará de existir, e o “Grande Irmão”
previsto na obra 1984, de George Orwell, pseudônimo de Eric Arthur Blair,
escritor inglês nascido na Índia, começará, para muitos, se tornar uma
realidade. Registre-se que o livro foi lançado em 1949.
A obra do escritor é profética também
sobre a questão da quebra de privacidade. O avanço tecnológico permite um amplo
monitoramento (dos satélites às microcâmeras). Nos Estados Unidos, por exemplo,
a ONG New York Civil Liberties Union protesta regularmente contra a existência
de 40,76 câmeras instaladas por quilômetro quadrado em Manhattan. (leia mais
em: https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/saiba-mais-sobre-o-livro-1984-de-george-orwell/).
Tudo isso tem motivado a migração para
o Telegram, até um dia, é crível supor, em que ele também será engolido por
algum leviatã econômico. Coincidentemente, se é que coincidências existem,
essas coisas acontecem numa época em que o mundo ficou meses (e poderá ficar
mais) paralisado por causa do novo coronavírus, em que a maioria da população,
entocada entre quatro paredes, dependeu, cada vez mais, do celular, da
televisão e do computador para manter algum contato externo.
Cuidado. Existe um Olhão te vigiando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário