sábado, 8 de fevereiro de 2020

Amor de mãe





Dizem que nada se compara ao amor de uma mãe por seus filhos.

É dito ainda que não importa a idade da “criança”, que a genitora sempre vai considerar o filho ou filha como aquela pequena criatura que gerou ao longo de nove meses.

Aliás, dentro do mesmo assunto, lembrei do ocorrido com um grande amigo meu que recebeu, ao nascer, o mesmo nome do pai, ficando conhecido por mais de 40 anos como Júnior.

Um belo dia, achando que já tinha idade suficiente para deixar de ser “júnior” – àquela altura do campeonato estava mais para “sênior” – resolveu que doravante somente atenderia a quem lhe chamasse por um dos seus sobrenomes (não vou relevar o nome do santo).

Resolveu telefonar para a sua mãe (o pai já tinha falecido) e comunicar-lhe o que havia resolvido. Ela, logo ao atender o telefone, reconheceu a voz do filho e perguntou:

- Oi, Júnior, tudo bem?

Em resposta, o ex-júnior informou da decisão que havia tomado com tanta convicção.

A matriarca, porém, não se deixou convencer e encerrou a conversa de maneira firme e decidida, dizendo:

- Deixa de besteira, para mim você vai ser sempre Júnior.

Pois é. Amor de mãe é assim.

Mas me veio a ideia de escrever esta crônica por conta de um acontecido que presenciei num domingo ensolarado de praia.

Grupo de amigos reunidos, cada um conversando os papos cabeça de momento e, ao mesmo tempo, de olho na criançada correndo e brincando na areia. Repentinamente, um deles dá por falta da pequena filha de pouco mais de 3 anos de idade, que estava, “naquele instante”, bem ali perto.

A mãe, quando percebeu o movimento, ficou transtornada. Numa fração de segundo, a sua expressão se transformou. Os olhos, arregalados, procuravam com sofreguidão a menina no meio das dezenas de pessoas espalhadas na areia.

Qual fera acuada, buscava dar o bote em quem poderia ter se apoderado da pequerrucha. Porém, para alívio geral, avistou a menina nos ombros de um guarda vidas (a técnica recomenda que criança perdida seja colocada no alto para facilitar a visualização dos pais). Correu em sua direção e voltou aliviada, já mostrando nas feições quase a mesma tranquilidade de antes.

Naturalmente, o maridão não escapou de um puxão de orelhas. Afinal, amor de mãe é uma coisa sublime, mas amor de esposo e esposa é diferente. Aqui e acolá tem seus percalços.

Mas isto é outro assunto.




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